BUSQUE O ALTO!
ANJO BARRO
ANTÔNIO JO BARBOSA RODRIGUES
Eu tirei esta foto no estacionamento do Barra Shopping. Não me perguntem como esta árvore cresceu torta assim. Na época, achei curiosa e resolvi registrar. Agora, coloquei-a como "símbolo" neste blog pelo que ela representa para mim.
Provavelmente, esta árvore passou por dificuldades para crescer neste "caminho torto", mas ela sobreviveu e continua a buscar sempre o alto. Vejo que somos assim também: Nem sempre conseguimos andar pelo caminho reto rumo ao alto, pois somos seres humanos, cheios de incoerências e limites, mas Deus vê a nossa luta em chegar ao alto. Isto é a santidade: não desistir de chegar ao céu. Neste caminho, às vezes caímos, trilhamos caminhos "tortos", mas se nos levantamos e não desistimos de alinhar de novo, estamos rumo ao alto.
Este site tem como objetivo crescermos juntos e, sem suas opiniões e comentários, isto não será possível! Portanto, leia os tópicos, participe comentando!

Nosso trato neste "blog de crescimento" é o seguinte: Me reservo apenas no direito de apagar os comentários que eu considerar ofensivos, contrários à lei e/ou que usarem expressões ou palavras de baixo calão. Trato feito, vamos em frente... ou melhor, para o alto!!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Criação e Evolução (5)

Na quarta parte deste tema Criação e Evolução (4) já postada, falamos de mais alguns trechos da Bíblia e que eles precisam ser interpretados com muito cuidado levando em conta diversos fatores.

Agora chegou a hora de trabalharmos uma pergunta: Deus não poderia ter escolhido criar pela evolução? Isto o faz menos criador?

Ora, se dissermos por exemplo que quando Deus cria o início de tudo, Ele já cria também as condições necessárias para que tudo possa evoluir, estaríamos dizendo alguma blasfêmia? Não pode ser uma solução de complementação entre Criação e Evolução?

Ora, dizer que Deus é o Criador de todos os seres (o que é uma verdade incontestável da fé) não precisa "obrigar" que esta criação seja direta. Vamos a um exemplo simples citando Gn 1,10. 
  • "Deus disse: 'Produza a terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente.' E assim foi feito."
Ora, a Palavra de Deus menciona aqui claramente a criação de um processo que as plantas fariam para continuar, através dos tempos, gerando novas plantas (planta - fruto - semente - nova planta). Mais tarde, no mesmo capítulo, vemos o famoso "crescei e multiplicai-vos" dito aos animais e também ao homem e a mulher. Trata-se novamente de um processo criado por Deus.

É claro que aqui estamos falando de novos seres gerados a partir de outros de mesma espécie. Mas seria tão complicado estender a possibilidade (vejam bem, estou dizendo possibilidade!) para a evolução, onde uma nova espécie poderia surgir a partir de uma modificação genética da espécie anterior? Se no momento inicial de criação (quando antes nada existia) também tiverem sido criadas as condições e processos necessários para que tal acontecesse, qual seria o problema? Não seria também Deus o criador de tudo?

Sei que o que vou falar agora não comprova nada, mas já repararam que a primeira narrativa coloca uma ordem de criação do menos evoluído para o mais evoluído? Vamos nos limitar em falar dos seres vivos: plantas (v11), animais marinhos e aves (v20), animais terrestres (v24) e o ser humano (v26).

É claro que temos aqui alguns pontos que precisam ser resguardados para podermos considerar esta complementariedade entre criação e evolução:
  1. A criação da matéria inicial e de toda a capacidade e condições de evolução que essa matéria inicialmente criada teve é devida a Deus diretamente. E isso a Teoria da Evolução não conseguiria desmentir, pois ela não trata do início de tudo, mas do processo como tudo foi acontecendo.
  2. Particularmente, há 2 eventos nesse processo que também são únicos e claramente realizados por Deus: o surgimento da vida e o surgimento de um ser racional (humano).
  • A vida é um dom de Deus e que jamais conseguiu ser repetido pelo ser humano. Mesmo com várias sequências genéticas já decifradas pela Ciência, o Homem não conseguiu criar vida a partir de  materiais não vivos. Penso que em um determinado momento em que a vida seria possível, em que uma estrutura molecular mínima poderia suportá-la, Deus infundiu a vida e, a partir daí, a evolução atuou a partir das condições e capacidades inerentes a esta estrutura. Lembremos que, segundo a doutrina católica, todos os seres vivos possuem alma e esta não é física em si, embora esta com o corpo forme um só ser. A inserção da alma (do princípio vital) seria ação direta de Deus.
  • O surgimento de um ser racional também apresenta um momento de ação direta de Deus. O ser humano possui uma alma espiritual, diferentemente dos demais seres vivos. É esta alma espiritual que também o faz imagem e semelhança de Deus. Quando surgiu um ser com capacidade e estrutura suficientes para ter uma alma espiritual, Deus a infundiu neste ser e este foi o primeiro ser humano (Gn 2,7 - o sopro de vida nas narinas do homem). A partir daí, a cada ser humano que é concebido, Deus cria a sua alma e a infunde no momento da concepção.
Como criador das possibilidades e capacidades dos seres para que evoluíssem, não há aqui um abandono de Deus, mas sim uma criação contínua. Presenciamos uma criação em processo, uma criação em evolução.

Como eu disse logo nas primeiras postagens, muitos aspectos da teoria da evolução ainda são conjecturas, mas uma coisa é certa: com um estudo científico sério e limitado ao seu campo de verificação e testes, não há como excluir a ação criadora de Deus pois a ciência não possui métodos e processos que possam extrapolar fora das coisas criadas. E Deus transcende (não está contido em) este mundo.

Por outro lado, a fé também tem a possibilidade de avançar à medida que surgem progressos na investigação científica. Se Deus fez do homem um ser racional, capaz de investigar a criação e de "criar" (a partir da matéria já criada), a ciência não é algo indesejável em si.

Basta que haja uma discussão saudável entre fé e ciência. Ambas buscam a verdade e a verdade é única. Cada uma em seu campo e se complementando (sem se misturar), poderemos avançar.
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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal

Pois é... Olha essa data aí de novo: Natal!!

Mas uma coisa é muito estranha... Parece que cada vez menos pessoas falam do real significado da data. Fala-se de Papai Noel (que não é o aniversariante), de paz e de luz (que não surgem do nada) e há quem fale de uma noite mágica, capaz de aproximar os seres humanos - como se um passe de mágica pudesse realizar isso.

Ora, cristãos ou não, aqueles que querem comemorar o Natal e que desejam os frutos de paz, de luz, de unidade (e tantos outros que são mencionados nesta época) precisam saber porque esta é uma data tão importante e real, o que ela realmente significa para os cristãos, o que está envolvido e, a partir daí, mesmo que não compartilhem das mesmas crenças, saibam tudo o que um cristão quer dizer quando deseja um Feliz Natal. Acho que, somente assim, poderemos começar a construir realmente os frutos tão almejados de forma que não sejam apenas uma "trégua" de 24 horas, mas duradouros.

Dizer que o Natal é a data em que comemoramos o nascimento de Jesus já é um bom começo (uma vez que muitos até acham que o Papai Noel é o aniversariante), mas ainda muito pouco para expressar o evento inédito que acontece na história da humanidade neste nascimento. Aquele menino que nasceu em Belém é o próprio Deus que nasce como um ser humano! Loucura para qualquer pensamento humano, mas o Deus todo-poderoso vem até nós se encarnando como ser humano, com seus limites, suas dificuldades, seus sofrimentos e alegrias... E sabe porquê? Porque o ser humano se afastou de Deus pelo egoísmo, pela indiferença, pela injustiça - em suma, pelo pecado.

Caramba!!! O ser humano se afastou de Deus, ofendeu as Suas recomendações para que pudéssemos viver em harmonia e em paz, gerou guerras com seus irmãos... e Deus o que faz? Não se apegou a sua soberania e poder, mas veio até nós como um de nós, por nossa causa, por Seu amor por nós.

É isso que comemoramos no Natal!!! Jesus é Deus conosco! Deus, que é todo-poderoso, veio até nós que o ofendemos - porque não devo eu fazer o mesmo em relação àquele que me ofendeu? Porque não devo tentar me livrar dos pensamentos maus que me escravizam e que, no fundo, só fazem mal a mim mesmo? Até quando será que não perceberemos que sentir ódio ou raiva de alguém é o mesmo que beber veneno achando que o outro é que será afetado? Percebem que aqui está um fator primordial para se conseguir os frutos de paz, harmonia, luz e alegria que tanto almejamos?

Porém é claro que, como seres humanos, somos fracos para que uma simples decisão se torne ação. Há verdadeiros turbilhões de sentimentos, sofrimentos, feridas que nos fazem tomar outras direções, mesmo quando decidimos algo. Para isso, Deus aí está para nos ajudar! A partir do momento em que Deus se fez Homem em Seu Filho Jesus, nós fomos também beneficiados. Deus se fez pobre homem para que o Homem fosse enriquecido em sua natureza. Podemos contar com a força espiritual de Deus - que não é uma simples força, mas o próprio Espírito Santo de Deus agindo em nós.

Portanto, não há nada de magia. Há sim a graça de Deus agindo no esforço humano! Deus faz a parte d'Ele. E nós, estamos dispostos a fazer a nossa? Eis o real convite que é relembrado na noite de Natal, mas que precisa se estender por todos os dias da nossa vida. O convite a ultrapassar o que nos faz mal e fazer o bem, a acabar com o rancor e dar vez ao amor, a superar as trevas e deixar brilhar a luz de Deus em nossas relações familiares, de amizade, de trabalho...

E, por fim, Deus se fez um de nós - em Seu Filho Jesus somos também filhos de Deus. Não há como falar em fraternidade (irmãos) se não falamos de um Pai comum. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são irrealizáveis se não partirem de um ponto comum - Deus é nosso Pai!

Este sim é o Natal que desejo. O Papai Noel é hoje apenas um apelo comercial que está longe de ser o sentido desta data. O presente principal que daremos aos outros e a nós mesmos será um coração mais leve, mais aberto ao irmãos.

Agora sim!! Um Feliz Natal repleto de todas as graças que Deus quer derramar na vida de cada um de vocês e que estas graças se estendam pelo ano de 2012, dando-lhes força para buscarem e alcançarem todos os frutos e resultados que vocês almejam.

Um abraço,
Antônio José

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Criação e Evolução (4)

Na terceira parte deste tema Criação e Evolução (3) já postada, vimos que o objetivo das Sagradas Escrituras não é dar uma aula de ciências e, portanto, não é no sentido literal que está o que Deus quer nos afirmar, embora tenha se utilizado da linguagem humana dos hagiógrafos (pessoas que escreveram sob a ação do Espírito Santo). A linguagem (incluindo aí também o estilo de escrita) é um meio para expressar algo (ou alguém) que transcende (ultrapassa) a própria linguagem, o próprio Homem, todo o universo.

Portanto, a interpretação das Sagradas Escrituras não deve ser realizada somente pelo sentido literal, mas ir além do mesmo, observando o estilo literário, a época da escrita, a época narrada, os aspectos culturais e também a importantíssima unidade da Sagrada Escritura como um todo.

Neste trabalho de estudo profundo da Bíblia, a Igreja tem se dedicado desde sua instituição por Jesus. Lembremo-nos que muitas vezes o próprio Jesus se sentou com a Igreja embrionária (os apóstolos) e lhes explicou as escrituras do primeiro (ou antigo) testamento, mostrando-lhes que o sentido das mesmas apontavam sempre para a vinda d'Ele, o Messias, o Salvador entre nós. A ponto de João escrever no início de sua narrativa do Evangelho de Jesus um texto que remete também ao início do livro do Gênesis, fazendo um paralelo entre a antiga e a nova criação:

  • "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito." (Jo 1,1-3)
  • "No princípio, Deus criou os céus e a terra" (Gn 1,1)

Lembram que na primeira narrativa da Criação no Gênesis Deus cria pela sua Palavra? A Palavra aqui é mais que um simples vocábulo, que um conjunto de letras. É a própria essência criativa e organizadora de Deus, a capacidade de organizar o caos, de ordenar o que é desordenado. Indo além, também demonstra a capacidade de comunicação, de organizar pensamentos, raciocínios, idéias que podem ser comunicadas.

  • "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1,14)

Ora, é muito fácil intuir de quem João está falando aqui: o Verbo (a Palavra - o Logos) é o próprio Deus (Jo 1,1) e se encarnou como um ser humano - Jesus. Em Jesus podemos ver a harmonia da criação. Ele é a expressão do que humanamente nós deveríamos e fomos capacitados a ser: imagem e semelhança de Deus.

A nossa "imagem e semelhança" está longe de querer designar questões físicas ou mesmo uma igualdade total e absoluta. Mas é nítido que o ser humano tem capacidades que nenhum outro animal possui, entre elas a inteligência racional (criatividade, capacidade de ordenar, de organizar pensamentos, de comunicar-se...) Percebem aqui um aspecto da imagem e semelhança, evidentemente limitadas se comparadas a Deus?

Bom, depois de mais estas considerações sobre o sentido literal e o que o texto tem como objetivo expressar, pergunto: se a criação de tudo (criaturas sem vida, plantas, animais irracionais, seres humanos) não tiver sido num mesmo momento ou não tiver sido em 6 dias, as Escrituras deixam de ser verdadeiras? De outra forma, considerar que Deus é o criador de tudo o que existe invalida totalmente a teoria da evolução das espécies?

A pergunta que será tratada na próxima postagem: Deus não poderia ter escolhido criar pela evolução? Isto o faz menos criador?
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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Criação e Evolução (3)

Na segunda parte deste tema Criação e Evolução (2) já postada, foi visto que os 2 conceitos não estão em oposição, mas falam de duas coisas distintas. O problema começa a acontecer quando a Ciência começa a querer definir questões que fogem do seu ambiente experimental/físico ou quando a Religião quer fazer aplicações científicas a partir da Revelação Divina.

Para início de conversa, já podemos ver que a Palavra de Deus narra a Criação de duas formas distintas: Gn 1,1-2,4a x Gn 2,4b-25. São relatos escritos em épocas distintas, em situações distintas e de tradições distintas. Vejamos algumas diferenças: 
  • Narrativa 1: o Homem e a mulher são os últimos a serem criados.
  • Narrativa 2: o Homem é criado antes das plantas e dos demais animais e, por fim, a mulher é feita a partir da costela do Homem.

  • Narrativa 1: Deus cria todas as coisas pela Sua Palavra (Faça-se... Façamos...) 
  • Narrativa 2: Deus cria o Homem e os animais a partir da terra, como ou Oleiro que trabalha o barro.
Só por aí, já temos dificuldade de colocar o texto bíblico como verdade científica "ao pé da letra". Mas é aí que entra a necessidade de um estudo da Bíblia levando em conta o contexto histórico, o gênero literário, o intuito principal do texto, etc. 
    Ora, em ambos os textos, a verdade fundamental a ser verificada é que Deus é o Criador de todas as coisas. A forma como o texto quer dizer isto e outras verdades de fé contidas é que varia.
    Existem outras verdades fundamentais que podemos ver aqui: 
    • Condenação da astrologia, tendo em vista que Deus criou os astros (sol, lua, estrelas...) e, portanto, são apenas criaturas e não controladores do nosso destino.
    • Na primeira narrativa, Deus cria homem e mulher, ou seja, em igualdade de dignidade: ambos imagem e semelhança de Deus. Na segunda narrativa, a mulher é feita da costela do homem, ou seja, da mesma matéria. Além disso, não é tirada nem do pé nem da cabeça, ou seja, nem como dominante nem como dominada. É alguém que está ao lado (costela) e que é uma ajuda adequada. Mais uma vez a idéia de igual dignidade.
    Ora, o texto não tem portanto a pretensão científica de mostrar exatamente (literalmente) como aconteceu, mas em uma coisa ele é claríssimo: Deus criou tudo a partir do nada: "No princípio Deus criou os céus e a terra" (Gn 1,1).
    Na próxima postagem trataremos de como a evolução entra em harmonia a partir daqui.

    sábado, 10 de dezembro de 2011

    Criação e Evolução (2)

    Na primeira parte deste tema Criação e Evolução (1) já postada anteriormente, enfatizei a base do que iremos tratar agora: Ciência e Religião tem objetivos complementares e não contrários. Têm métodos distintos, mas não contrapostos.

    Assim, já podemos assinalar uma distinção clara entre Criação e Evolução:
    - Quando vemos a narrativa da criação em Gênesis estamos diante de uma busca das origens, mas não no intuito de definir cientificamente e com precisão o que e como ocorreu. O objetivo principal ali é transmitir verdades essenciais da fé como o sentido de tudo o que existe e também que tudo teve um início por obra de alguém que não teve início (No princípio, Deus criou os céus e a terra - Gn 1,1).
    - Quando falamos de Evolução (seja pela corrente científica que for), tentamos falar da forma como os seres foram evoluindo a partir de formas mais simples até as que conhecemos hoje. Existem muitas correntes dentro do Evolucionismo (algumas até que não são totalmente concordantes com todos os pensamentos de Darwin), mas todas falam de evolução a partir de algo anterior, ou seja, que já existia fisicamente. Ora, esta teoria não discute a criação, ou seja, o início de tudo. Ela discute como evoluiu a partir de toda a matéria já existente (criada).

    A partir daqui já vemos um pouco da complementariedade de ambas e não oposição.

    Cabe também salientar que o Evolucionismo é uma conjectura, não um fato cientificamente comprovado. Entretanto, é possível, viável e na sua essência não pode se opor às verdades de fé já reveladas - a não ser que tente sair do campo da ciência para o campo filosófico ou religioso, o que já seria uma incoerência pois estaria saltando de um objetivo e métodos que não podem ser usados para falar de realidades além da matéria. Neste caso, de realidades além do que foi criado, do que está submetido a leis físicas, químicas e biológicas. Realidades espirituais não se comprovam com métodos puramente científicos.

    Não digo aqui que a ciência seja inútil para a fé. Ela nos ajuda a compreender melhor o que vemos ao nosso redor e isso pode nos aproximar mais da fé em um Deus criador que tudo criou por amor e com inteligência. Só não pode fazer afirmações fora da sua área.

    O que existia antes do início dos tempos, de todo o universo físico criado, não está sujeito às leis da física, da ciência.

    Na próxima postagem entrarei um pouco mais a fundo nas verdades apresentadas no início do Gênesis e fazendo um paralelo com o Evolucionismo.
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    quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

    Criação x Evolução (1)

    Não é de hoje que acontecem debates entre Religião e Ciência sobre vários temas, entre eles um é clássico após Charles Darwin: Criação x Evolução. A questão principal é que muitos escutam superficialmente as justificativas de ambos os lados e não percebem os pontos fundamentais que não se traduzem em divergência, mas muitas vezes em complementariedade.

    Para começo de conversa, estamos falando de áreas com objetivos e métodos diferentes. A Ciência utiliza métodos experimentais, ou seja, para algo ser comprovado pela ciência, é necessário que se possa realizar experimentos fisicamente que levem a determinada conclusão. Além disso, seu objetivo se detém em tentar explicar o "como" determinado fenômeno ocorre, a maneira que o mesmo se realiza.

    Na Religião não podemos falar apenas de experiências físicas, mesmo porque ela envolve também o mundo não físico. Não se pode comprovar (cientificamente falando) realidades não materiais (espirituais) através de experiências com as leis físicas. O que observamos pode até nos levar a crer nas realidades espirituais, mas estamos falando de fé e não de ciências na propria definição do termo. QUanto ao objetivo, também podemos ver divergência: a preocupação na Religião não é o "como", mas sim o "para quê", as finalidades de tudo o que existe. E, nestas finalidades, encontramos a própria finalidade da religião - "Re-Ligare" - religar o homem com o divino.

    Assim, já vemos aqui não uma divergência, mas uma complementariedade. Eu gosto muito de citar a frase do Papa João Paulo II que abre a Encíclica Fides Et Ratio (Fé e Razão): "A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio."

    Logo, se a Palavra de Deus é a verdade e se a ciência (quando utiliza corretamente seus métodos) também busca a verdade, é de se crer que não deveriam se opor.

    Na próxima postagem, falaremos sobre o debate Criação x Evolução propriamente dito.
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    domingo, 27 de novembro de 2011

    Sobre o Livre Arbítrio

    Bom, agora “fui forçado” a entrar também no Facebook, uma vez que quase todo mundo migrou para lá. Mas como sou um só e já era difícil arrumar tempo para postar só neste blog, imagine dar conta dos dois (fora e-mail, resquícios do Orkut, etc...)

    Assim, vou tentar pelo menos postar em ambos os lugares tudo o que eu produzir. É este o caso desta postagem. Um amigo meu postou no Face uma citação de um filósofo grego chamado Epicuro, a qual reproduzo a seguir:

    "Deus quer prevenir o mal, mas não consegue? Então ele não é onipotente.
    Ele consegue, mas não quer? Então ele é malevolente.
    Ele quer e ele consegue? Então por que o mal acontece?
    Ele não quer e não consegue? Então por que chamá-lo de Deus?"


    Segue agora o comentário que fiz à postagem dele, com um pequeno acréscimo no final:

    Liberdade - esta é a palavra chave! Amar não significa fazer algo ou alguém que você controle. Amar significa deixar livre. Afinal, vejamos: pode um robô amar? Ao pé da letra, o robô não pode (ou pelo menos não deveria) nem ser amado pois não tem esta capacidade em si. Ele não é livre, ele é programado e obedece a comandos. Definitivamente, para criar um ser que pudesse ser amado e amar, é necessário que este pudesse tomar decisões livremente. E, evidentemente, um ser com esta possibilidade pode decidir em não amar, em odiar... É uma possibilidade aberta. É um risco, mas um risco corrido onde alguns aceitaram amar!!! Eis a vitória.

    E, em Jesus, o exemplo maior de amor, pudemos ver como é ser um ser humano conforme o plano original de Deus. Ainda poderiam pensar: mas Deus é um ser livre e ama somente, não odeia... O homem não poderia ter sido criado também perfeito no amor? Respondo com outra pergunta: Pode um Deus criar um ser perfeito? Não estaria Ele criando um outro deus? E não podem existir 2 deuses: um deles não seria verdadeiramente Deus. Logo, a criatura é sempre imperfeita - por isso é criatura. Seria o mesmo que criar um círculo quadrado. Portanto, neste contexto, há algumas coisas que Deus não pode fazer: Ele não pode deixar de amar, pois sua essência é amor - Deus é amor. Negar sua essência seria deixar de existir, o que é impossível. Criar uma criatura (que essencialmente tem limites) perfeita? não dá. O único perfeito sem limitações é Deus.

    Mas Deus não nos abandona... O seu Espírito Santo não cessa de nos falar ao coração como devemos agir. Mas, como somos livres, o sim ou o não é nosso... Dizer que é impossível viver o bem também não é verdade. Jesus é o maior exemplo, mas os santos e tantos outros exemplos estão aí para nos mostrar isso.

    Um abraço e lembremo-nos sempre disso: A liberdade que é a razão pela qual podemos amar e ser amados também é aquela que nos faz ser capazes de dizer sim ao amor mesmo quando o ódio bate à nossa porta. Desta decisão construiremos ou não um mundo melhor! Está em nossas mãos, pois Deus nos capacitou e nos capacita!! ;-)

    O “pequeno acréscimo”: Alguns poderiam contrariar quando eu disse que quando alguns aceitaram amar, isto não é uma vitória pois não seriam a maioria ou, pelo menos, os que não aceitaram amar causam mais problemas do que os que aceitaram amar podem resolver. Ora, se alguns aceitaram amar até o limite de dar a sua vida por isso, como não dizer que Deus não é vitorioso? Ficou provado que é possível viver o amor, mesmo em nossa liberdade fragilizada pelo pecado, pela nossa limitação de criatura... Não há como dizer que o plano de Deus não é possível. O que se pode dizer, sim, é que os que resistem e dizem não a essa proposta de amor não aderiram à vitória de Deus. Eis a derrota que só ficará clara para os que persistirem no erro no final dos tempos. Lá veremos que o plano de Deus era possível para todos, pois todos tem a capacidade em si. Enfim, a decisão é nossa...


    domingo, 22 de maio de 2011

    A Beleza do Perdão...

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    Esta postagem está no site da Comunidade Filhos da Redenção.
    Este é o título de uma matéria publicada na Revista Canção Nova de Abril de 2010, de autoria de Gabriel Chalita, a qual está exposta a seguir.
    Dois pontos a destacar:
    1 - Excelente "slogan": 'Desculpe o transtorno, estamos em construção" - Resume bem nossa existência...
    2 - Uma conclusão essencial: "Todas as pessoas erram. A partir dessa conclusão, chegamos a uma necessidade humana e cristã: o perdão." - O perdão, mais do que um pedido de qualquer religião ou um apelo sentimental, é uma necessidade, já que todos estamos em construção e erramos. Trata-se de uma necessidade com benefícios para quem é perdoado, mas também incrivelmente benéfico para quem perdoa.

    Segue a matéria - Caso as letras estejam pequenas, clique na figura e será aberta nova janela com a mesma matéria com possibilidade de ampliação:

    sábado, 23 de abril de 2011

    A Paz Inquieta de Deus - Um Verdadeiro Terremoto? (II)

    Bom, na postagem anterior (http://anjobarro.blogspot.com/2011/04/sabado-passado-vespera-do-domingo-de.html), eu comentei sobre uma palestra em áudio do Padre Paulo Ricardo, sobre uma curiosidade a respeito da aparente (só aparente) mudança de comportamento do povo (do "Hosana" ao "Crucifica-o") e que tocava em um ponto importantíssimo - Quando Deus nos visita, ele nos perturba? Nos inquieta? Se ficou curioso com a postagem anterior, acesse o link acima...

    A agitação, a perturbação, esse "terremoto" ocorreu nessa entrada final de Jesus em Jerusalém e também ocorreu quando os magos procuravam o menino Jesus em Jerusalém muitos anos antes, conforme Mt 2,2-3:

    "2. Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo. 3. A esta notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele."

    Quanta perturbação com a visita de Deus? Conforme citado pelo próprio Padre Paulo Ricardo na referida pregação em áudio, o pecado original faz com que olhemos para Deus como um inimigo, um agressor. Olhemos como Adão e Eva se comportavam antes e depois do pecado original: Antes eles estavam em plena harmonia com Deus (Gn 2,8-9.19-23); depois, eles se escondem pois acham em Deus uma ameaça e não mais o amigo (Gn 3,8). Percebem a perturbação, a agitação, o verdadeiro terremoto causado pela visita de Deus?

    Quando Deus nos visita, Ele realmente perturba a nossa paz porque nos achamos senhores de nossa existência. Nos sentimos ameaçados em nossa "soberania". Isso pode ser até inconsciente, mas é um mecanismo que acontece muitas vezes em nosso interior.

    É interessante como isso fica latente ao ouvirmos falar de mandamentos. Parece que são leis que temos que cumprir senão Deus se revoltará contra nós, numa atitude de quem se sentiria ameaçado ou que foi agredido por nós e, portanto, desejaria se vingar de nós. É essa a compreensão que temos de Deus? Medo de um castigador? Será?

    Gosto muito desta passagem em IJo 4,18: "No amor não há temor. Antes, o perfeito amor lança fora o temor, porque o temor envolve castigo, e quem teme não é perfeito no amor."

    Pensemos juntos: Quando um pai proíbe um filho pequeno de subir no parapeito da janela, pois ele pode cair no chão. O pai se sente ameaçado em si mesmo por esta possível atitude do filho? Caso o filho teime e faça isso na ausência do pai, o pai vai querer castigá-lo por ter caído de cara no chão? Tem alguma lógica isso? Será que o motivo dos mandamentos não é outro? Será que é para preservar o poder de Deus? Ora, o que pode tornar Deus menor do que Ele é? Nossos pecados? Sinceramente, esse não é o nosso Deus!!! Basta ler Rm 8,35-39!!! Ficou curioso com a passagem? Essa eu não vou transcrever. Procure em sua bíblia ou acesse este site que possui toda a Bíblia: (http://www.bibliacatolica.com.br/01/52/8.php)

    Mas então porque os Mandamentos? No final desta postagem encontram-se 4 vídeos que são uma sequência da peça "O Canto das Írias" realizado pela Comunidade Shalom. Peço que assistam e que prestem muita atenção principalmente no texto que é fantástico! Em certa parte da encenação, ocorre um diálogo entre Jesus e o Homem, que transcrevo aqui:

    "A lei mostra apenas os limites da tua condição, não os limites do meu amor. Vou te amar sempre e de qualquer forma. Agora isso não basta pra te fazer feliz porque eu te dei liberdade. Preciso que você escolha realizar tua essência. A luz foi criada para iluminar, o vento para soprar, o fogo para queimar. Você foi criado para amar. Só a realização dessa essência pode te fazer feliz."

    Entenderam? Os mandamentos foram feitos para nós podermos viver bem nossa condição de criaturas, que possuímos limites! Afinal não somos deuses! Deveríamos nos sentir ameaçados sim, ao ultrapassarmos nossos próprios limites quando pecamos porque isso traz consequências para nós mesmos e para todos ao nosso redor. Estas consequências não são um castigo divino de um Deus que foi ameaçado em sua soberania. Pelo contrário, Deus está sempre pronto a nos levantar e nos ajudar a consertar os erros - este é o comportamento de Deus - este é o comportamento de quem ama!

    Mas nos sentimos ameaçados por Deus quando somos visitados por Ele porque pecar nos torna mais inclinados a pecar. O homem velho se sente ameaçado quando algo acontece para que ele abandone o que estava vivendo. E mais: o pecado nos faz distorcer a imagem verdadeira de Deus e o que Ele tem a nos dizer. Ele nos fala amor e entendemos castigo. Ele nos fala 'cuidar de nós' e entendemos 'nos dominar ou escravizar'. Novamente, o texto da peça mostra logo na primeira parte do vídeo um diálogo assim entre o Homem e a Verdade (Deus). Vejam uma parte dele e verifiquem como é um diálogo muito louco - pena que é assim que às vezes dialogamos com Deus:

    VERDADE: Eu não quero te castigar, venha, me abrace.
    HOMEM: Quer que eu fuja da sua presença? Está me mandando embora?
    VERDADE: Abrace-me logo.
    HOMEM: Insatisfeita comigo? O que eu te fiz? O que eu te fiz? Você está com ciúme de mim?...

    Não parece que as falas estão fora de lugar? Pois é...
    Nos sentimos perturbados com Deus? Procuremos o que está nos perturbando. Certamente Deus não quer nos deixar sem paz. Ele quer que sintamos a verdadeira paz! Só que esta nos deixa inquietos porque significa abandonar algumas coisas que, no fundo, nos tiram a verdadeira paz, mas cujas consequências são anestesiadas pelas paixões deste mundo. Mas como disse Jesus: "Coragem, Eu venci o mundo!" (Jo 16,33).

    Bom, agora deixa eu parar de falar e que vocês tenham um excelente espetáculo. Ele está dividido em 4 vídeos. Sinceramente, aconselho contactar esta abençoada Comunidade Shalom e verificar a possibilidade de apresentarem esta peça na paróquia de vocês. Eu a vi em um encontro de Novas Comunidades - foi fantástica!!!

    Apesar do vídeo colocar como Paróquia Santa Luzia, a realização é da Comunidade Shalom. Seguem alguns créditos que consegui buscar:

    Texto e Direção: Wilde Fabio
    Coreógrafo: Domingos Savio
    Música na hora da Cruz: Espírito de Verdade - Autor: Wilde Fábio
    Música final: Ressuscitou - CD Ressuscitou - Comunidade Católica Shalom

    O Canto das Írias - Parte 1/4 ( LINK PARTE1 )


    O Canto das Írias - Parte 2/4 ( LINK PARTE2 )


    O Canto das Írias - Parte 3/4 ( LINK PARTE3 )


    O Canto das Írias - Parte 4/4 ( LINK PARTE4 )


    Até a próxima postagem!!

    A Paz Inquieta de Deus - Um Verdadeiro Terremoto?

    Sábado passado (véspera do Domingo de Ramos e da Paixão), conversando com meu amigo e irmão de Comunidade Carlos Francisco, ele me falou de algo que eu não sabia. Ele havia acessado o site do Padre Paulo Ricardo (http://padrepauloricardo.org/) que é uma excelente fonte de informações e reflexões. Lá existem vários vídeos e áudios com palestras muito boas. Eu diria excelentes para formação.

    Bom, o Carlos acessou um áudio sobre o Domingo de Ramos e da Paixão (http://padrepauloricardo.org/audio/36-testemunho-de-fe-domingo-de-ramos-e-da-paixao-do-senhor-17042011/) que faz uma referência ao segundo volume do livro "Jesus de Nazaré", escrito pelo Papa Bento XVI mas ainda não disponível em português. Eu vou fazer alguns comentários, mas nada substitui esta verdadeira catequese em áudio (link acima) e, certamente, também espero que este volume do livro de Bento XVI esteja logo disponível em nossa língua.

    A questão que chamou a atenção ao Carlos e que também me pegou de surpresa é sobre a estranha controvérsia: o povo acolhe Jesus entrando em Jerusalém, aclamando-o como rei - "Hosana ao filho de Davi" - com ramos e colocando seus mantos para que Jesus passasse num jumentinho. Entretanto, pouco tempo depois, o povo grita "crucifica-o!". Ora, as situações não são tão distantes no tempo... O que teria acontecido?

    A questão fica mais clara quando vemos o trecho Mt 21,8-11:
    "8. Então a multidão estendia os mantos pelo caminho, cortava ramos de árvores e espalhava-os pela estrada. 9. E toda aquela multidão, que o precedia e que o seguia, clamava: Hosana ao filho de Davi! Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor! Hosana no mais alto dos céus! 10. Quando ele entrou em Jerusalém, alvoroçou-se toda a cidade, perguntando: Quem é este? 11. A multidão respondia: É Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia."

    Contextualizando, era perto da festa da Páscoa. Neste tempo, todos os Judeus peregrinavam a Jerusalém para a festa. A cidade começava a ficar cheia de peregrinos de outras regiões. O povo que clamava "Hosana ao filho de Davi" era o povo peregrino, não o povo de Jerusalém. Neste momento, Jesus era um desses peregrinos, tendo em vista que ele era da Galiléia, viveu aos arredores do Lago de Tiberíades, de Cafarnaum - não era de Jerusalém! Ele ainda não tinha entrado em Jerusalém nessa sua última viagem.

    Ao entrar em Jerusalém. ocorre o que está nos versículos 10 e 11. A multidão se alvoroça e pergunta "Quem é este". Os moradores não o conheciam - ela se agita ou melhor ainda, ela se perturba!

    Jerusalém não estava preparada para receber a mensagem de Jesus, que fala de igualdade, que fala de humildade, que fala de perdão, que fala de re-inserir os marginalizados pela sociedade, que não aceita o comércio em que o templo se tornou... A entrada de Jesus na cidade agita quem estava acomodado e que queria continuar acomodado! Segundo o Padre Paulo Ricardo, a palavra utilizada para este alvoroço é a mesma usada para a agitação de um terremoto.

    Logo, a multidão que grita "crucifica-o" não é a mesma multidão que grita "Hosana" e o aclamou com ramos. O Padre Paulo Ricardo fala inclusive que inúmeras vezes ele mesmo pregou (antes de ler este livro) falando justamente o oposto: "Como o mesmo povo que o aclamou pôde querer crucificá-lo..."

    Mas na realidade, o foco da pregação é: Será que estamos preparados para sermos perturbados por Deus em nosso mundinho, para sentir esse terremoto? Ou queremos continuar acomodados e, em alguns casos, até gostaríamos que a voz de Deus pudesse ser eliminada?

    Para não ficar muito longo, continuo na postagem seguinte a reflexão sobre esta perturbação que Deus causa em nós, ligando com uma peça apresentada pela Comunidade Shalom "O Canto das Írias". É só acessar o seguinte link: (http://anjobarro.blogspot.com/2011/04/bom-na-postagem-anterior-httpanjobarro.html)

    domingo, 13 de março de 2011

    Formação religiosa contínua: uma necessidade!!

    Eu estava passeando na internet (ou navegando, ou surfando... o importante é estar em movimento e não parado) e encontrei o site do Padre Zezinho (http://www.padrezezinhoscj.com).
    Lá, logo na página de entrada, estava um link para um artigo dele que simplesmente resume um pouco de tudo o que eu gostaria de falar sobre a necessidade de formação:
    (http://www.padrezezinhoscj.com/novosite/palavra.php?id=163)

    Transcrevo aqui um trecho:
    "Pergunte a um católico devidamente instruído na fé e ele saberá responder porque ora, a quem ora, como ora e porque celebra algum dogma ou acontecimento. Os que leem menos sabem menos. Mas está tudo lá nos livros oficiais da Igreja. Creio e sei porque creio, celebro e sei o que celebro."

    Eis o cerne de porque alguns católicos (preferi usar a palavra alguns em vez de muitos, por questão de otimismo) parecem esmorecer em sua caminhada, deixam de frequentar sua Paróquia ou até "mudam" de religião: Estes ouviram falar de Jesus, ouviram falar da Igreja Católica, ouve chamarem Maria de Nossa Senhora, querem ir para o céu mas, no fundo, não tem verdadeira compreensão de tudo isto.

    Se lembrarmos dos apóstolos, que passaram 3 anos com Jesus, e que possuiam ainda tantas dúvidas...
    Se lembrarmos dos primeiros Padres da Igreja (época da Patrística) que discutiram acerca de pontos fundamentais da fé...
    Se lembrarmos de tantos concílios já houve na Igreja até o mais recente Concílio Vaticano II, onde vários assuntos foram discutidos à luz da fé...
    Se considerarmos a quantidade de documentos que a Igreja já escreveu, incluindo o seu Catecismo...
    Pergunto: Porque achamos que, como fiéis católicos, não precisamos estudar e aprofundar mais nossa fé!?? Somos tão auto-suficientes que podemos discernir sozinhos nossa fé ou somente com o que aprendemos nas aulas de catequese para a primeira comunhão lááááááá´na nossa infância? Quantas vezes fomos abordados por pessoas de outras religiões (ou de religião nenhuma) acerca de pontos de nossa fé e simplesmente, por não sabermos exatamente a explicação, acabamos dando razão a elas?

    Tudo que a Igreja tem em sua doutrina tem uma explicação e está definido em algum documento escrito pela Igreja. E tudo, de alguma forma, está conectado à Palavra de Deus. O problema é que, muitas vezes, um tema puxa outro assunto como base, que puxa outro... e isso dá trabalho. E trabalho ninguém quer, mas entrar no paraíso, ahhh, todo mundo quer!!! (lembrei dessa música abaixo)

    Busquemos uma melhor formação (falo isso para todos: cristãos e não-cristãos) para saber exatamente o que estamos professando e por que estamos professando. Falo aqui por mim mesmo: de tudo que já aprendi e procurei nos ensinamentos da Igreja, sempre encontrei explicação para os itens de sua doutrina. Por favor, não estou excluindo o valor fundamental da oração, mas a formação é fundamental também pois não podemos ter uma fé apenas embrionária: Fé e Razão devem ser parceiras e andar lado a lado.

    A Comunidade Filhos da Redenção, da qual participo, possui um blog que contém alguns materiais de formação interessantes, além de alguns documentos da Igreja: http://filhosdaredencao.blogspot.com/

    Visitem e coloquem em seus favoritos.

    Um abraço a todos e vamos crescer!!!