BUSQUE O ALTO!
ANJO BARRO
ANTÔNIO JO BARBOSA RODRIGUES
Eu tirei esta foto no estacionamento do Barra Shopping. Não me perguntem como esta árvore cresceu torta assim. Na época, achei curiosa e resolvi registrar. Agora, coloquei-a como "símbolo" neste blog pelo que ela representa para mim.
Provavelmente, esta árvore passou por dificuldades para crescer neste "caminho torto", mas ela sobreviveu e continua a buscar sempre o alto. Vejo que somos assim também: Nem sempre conseguimos andar pelo caminho reto rumo ao alto, pois somos seres humanos, cheios de incoerências e limites, mas Deus vê a nossa luta em chegar ao alto. Isto é a santidade: não desistir de chegar ao céu. Neste caminho, às vezes caímos, trilhamos caminhos "tortos", mas se nos levantamos e não desistimos de alinhar de novo, estamos rumo ao alto.
Este site tem como objetivo crescermos juntos e, sem suas opiniões e comentários, isto não será possível! Portanto, leia os tópicos, participe comentando!

Nosso trato neste "blog de crescimento" é o seguinte: Me reservo apenas no direito de apagar os comentários que eu considerar ofensivos, contrários à lei e/ou que usarem expressões ou palavras de baixo calão. Trato feito, vamos em frente... ou melhor, para o alto!!!

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Desejo de não sentirmos dor...

Ligado à questão da ACOMODAÇÃO de que tratei no tema "Quem roubou nossa coragem..." (clique para ler), existe uma outra frase na música "Quando o Sol Bater na Janela do Seu Quarto" do Legião Urbana que também me chamou muito a atenção:

"Tudo é dor,
E toda dor vem do desejo
De não sentimos dor."
 
Ninguém "normal" gosta de sentir dor, é claro. Só que chegamos a extremos de termos tanto medo de situações que podem nos causar dor ou sofrimento, que este medo já gera dor e sofrimento. É impressionante como passamos a vida sofrendo por antecipação por algo que nem sabemos realmente se vai acontecer ou se vai causar realmente tanta dor!
 
Penso que a acomodação excessiva de que falei no outro tema também é vilã nesta questão, pois os tais confortos acabam nos acostumando de uma tal forma que perder um destes "confortos" significa, para alguns, o caos. E, novamente falando de extremos, para alguns qualquer vento contrário, qualquer situação que ameace um destes confortos causa sofrimento. Para estes, realmente, "tudo é dor" e a simples possibilidade de passar por essa "dor" já causa um sofrimento antecipado. Neste caso, o "desejo de não sentirmos dor" já causa dor - que coisa malluca, não??!
 
Santo Agostinho, ao escrever suas "Confissões", fala algo que pode nos ajudar neste assunto. Ao tocar no assunto do passado, presente e futuro, ele fala que o passado é algo presente apenas na memória e o futuro é algo que ainda se espera. Estes dois tempos, na realidade, não existem "fisicamente". Só existe realmente o presente e este mesmo dura um tempo infinitesimal (que tende a zero) pois, se durasse mais, uma parte dele já seria passado e outra parte ainda seria futuro.
 
O livro "Tecendo o Fio de Ouro" da Comunidade Shalom (aliás, muito bom) também fala sobre isso em uma parte dele. Não podemos parar no passado, em alguma situação que nos fez sofrer ou em outra que sirva de fuga para nossa situação atual! Também não podemos viver somente "pré-ocupados" (ocupados por antecipação) com o futuro, ou seja, sofrendo pelo medo de sofrer! Temos o presente e este "rio" que é a nossa vida tem que fluir normalmente, "descongelando" (se ficou parado) o passado e construindo no presente o futuro que esperamos.
Na realidade, trata-se de um trabalho de "Construção do próprio ser humano" (clique aqui para ver) no tempo que não para.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Quem roubou nossa coragem...

Há mais ou menos 2 meses eu estava ouvindo a música "Quando o sol bater na janela do seu quarto" do Legião Urbana. Eu já havia escutado muitas vezes esta música mas desta vez alguns trechos me chamaram muito a atenção. Um deles foi este:
"Até bem pouco tempo atrás,
Poderíamos mudar o mundo,
Quem roubou nossa coragem?"
 
Esta frase pode ser ouvida com nostalgia: quando aceitávamos mais desafios, quando queríamos mudar o mundo ao redor, quando tínhamos mais ousadia para transformar o que achávamos errado (ou pelo menos tentar)...
 
Mas porque os verbos no passado? Onde realmente está nossa coragem? Foi roubada por quem? Para mim a palavra chave é ACOMODAÇÃO!!! Falo aqui de mim mesmo, mas sinta-se à vontade de enxergá-la ou não em você.
 
Tenho visto o mundo ficar cada vez mais cômodo: facilidades tecnológicas, diversões mil ao simples comando de um controle remoto ou de um teclado de computador, o alívio de uma dor através de um simples comprimido...
 
Não vejo estas conquistas da ciência humana como negativas em si mesmas. O que vejo é que muitos de nós acabamos nos acomodando com esses confortos a ponto de não nos incomodarmos mais com muitas coisas erradas no mundo e que poderíamos mudar (ou tentar pelo menos).
 
A verdade é que a própria educação não tem ajudado muito. Como comenta Augusto Cury, em seu livro 'Pais Brilhantes, Professores Fascinantes': "As crianças e os jovens aprendem a lidar com fatos lógicos, mas não sabem lidar com fracassos e falhas... São treinados para fazer cálculos e acertá-los, mas a vida é cheia de contradiçõs, as questões emocionais não podem ser calculadas, nem tem conta exata. Os jovens são preparados para lidar com as decepções? Não! Eles são treinados apenas para o sucesso. Viver sem problemas é impossível. O sofrimento nos constrói ou nos destrói..."
 
Tudo isto acaba escancarando as portas para os extremos das fugas frente às dificuldades e derrotas da vida que aparecem: drogas, alcoolismo, ...
Onde está nossa coragem?? Para mim, ela está dentro de cada um de nós, mas acomodada. Ninguém a roubou, está escondida embaixo de tantos confortos e falsas seguranças que deixamos acumular em cima dela. A prova disso é que, em alguns momentos quando as dificuldades chegam a um extremo "insuportável", vemos aparecer esta coragem com atitudes das quais até dizemos: "Puxa! Nunca achei que fosse capaz de fazer o que fiz..."
 
E esta acomodação tem muito a ver com uma outra frase da mesma música, que comento no tema: "Desejo de não sentirmos dor" (clique para ler).

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Este Natal não será o mesmo!

Escrevi esta mensagem e enviei para várias pessoas por e-mail. Por se tratar de uma reflexão válida para todos e em todos os tempos, decidi postá-la aqui também.

Caros amigos e irmãos, chegamos mais uma vez ao Natal e, às vezes, somos tentados a dizer:
“Ah, é todo ano a mesma coisa. Nos reunimos, festejamos o final de mais um ano, entregamos e recebemos presentes, desejamos o já padronizado ‘Feliz Natal e Próspero Ano Novo’ pessoalmente ou em cartões já pré-escritos, em que acrescentamos o também famoso ‘São os votos de...’. A única coisa que mudou um pouco é que estes cartões estão cada vez mais informatizados e usando menos o papel... E, depois das festas, volta tudo a ser como antes, as mesmas discussões, as mesmas simpatias e antipatias, os mesmos comportamentos...”

Bom, é uma forma de pensar, mas não precisa ser assim. Porquê? Porque simplesmente a decisão se será a mesma coisa é única e exclusivamente de cada um! A decisão se o nosso dia será bom ou será uma ... coisa muito ruim está em nós mesmos, em como encaramos a vida, em como decidimos agir.

Bom, em uma mensagem de Natal não posso me omitir em falar d’Aquele que é a razão de ser do Natal: Jesus Cristo (e não Papai Noel...).
Gostaria de citar uma passagem sobre João Batista, sobre o que ele respondia aos que lhe perguntavam o que fazer para esperar a vinda de Cristo: Lc 3,10-14

“Perguntava-lhe a multidão: Que devemos fazer? Ele respondia: Quem tem duas túnicas dê uma ao que não tem; e quem tem o que comer, faça o mesmo. Também publicanos vieram para ser batizados, e perguntaram-lhe: Mestre, que devemos fazer? Ele lhes respondeu: Não exijais mais do que vos foi ordenado. Do mesmo modo, os soldados lhe perguntavam: E nós, que devemos fazer? Respondeu-lhes: Não pratiqueis violência nem defraudeis a ninguém, e contentai-vos com o vosso soldo.”

Basicamente, o resumo desta passagem é:
O que é necessário fazer para que vivamos como pessoas que têm Jesus como modelo? Gestos Heróicos? Ir para o deserto viver em meditação? Ora, o que é necessário é viver bem aquilo que é nossa vida hoje, este presente maravilhoso de Deus para que cada um de nós vivesse! Aos que se sentem chamados a missões levadas ao extremo do heroísmo ou à vida contemplativa, nada contra, mas é um chamado particular – a vocação de vida deles. Mas hoje, no contexto em que nos encontrarmos (trabalho, estudos, família, amizades, relações sociais, religiosidades) precisamos viver de forma justa e ponderada pelo amor. Esta é a “vida em abundância” de que Jesus falava – item fundamental da qualidade de vida tão falada atualmente. Isto é viver bem!

É interessante que nas recomendações de João Batista, ele não fala de mudanças grandes quanto à profissão ou à vida diária, mas sim de mudanças radicais de procedimento de vida. Não são grandes quando às mudanças em si, mas são impactantes quanto aos efeitos.

Assim viveu Jesus, dentro de seu chamado, de sua missão – equilibradamente. Tão equilibrado e tão certo de suas convicções que, por seu jeito diferente de encarar a vida, mudou a vida de muitos e gerou insatisfação dos que não queriam mudança. É aí que sua missão o levou ao extremo de dar sua vida. E as mudanças no mundo foram tão grandes que a história foi dividida por seu nascimento em duas partes distintas: Antes e Depois de Cristo!

Se chegamos a este tempo com esta vontade de mudança pessoal, garanto: Este será sim um Natal diferente! Diriam “Ah, eu mudo mas e os outros? Não adianta muito!” Ora, se você muda, sua vida já muda – já será melhor! Se alguns mudam, o efeito será maior ainda. Sem contar que nossa mudança pode incentivar outros a mudarem.

Bom, dentro de tudo isto, quero desejar um Natal em que a lembrança do pequeno menino Jesus possa inspirar-nos um recomeço, o início de uma nova etapa em nossas vidas, pedindo a Deus que Ele nos dê força e sabedoria para saber trilhar, da melhor maneira possível, esta vida que nos foi dada de presente. Não existe um caminho pré-fabricado para cada um. O caminho se faz caminhando e, se é assim, vamos construir um belo caminho! Desta forma, são será apenas uma lembrança: Jesus realmente nascerá neste Natal em nós!

E, neste clima de mudanças, de recomeço, desejo também um excelente Ano Novo – o início de uma nova etapa de nossas vidas!
Grande abraço e que Deus todo-poderoso abençoe a todos!!

sábado, 12 de dezembro de 2009

Porque ANJO BARRO?


Bom, poucas vezes eu usei este nome na minha vida, ou melhor, esta sigla. Como já está no início do meu blog, são as sílabas iniciais de meu nome: ANtônio JOBARbosa ROdrigues.


Entretanto, justamente quando eu estava pensando em um nome original para meu blog e me veio em mente este nome, passou também pela minha cabeça um novo sentido ANJO, mas BARRO...

Sim, a palavra ANJO significa mensageiro, portador de uma mensagem. E, como já escrevi nos temas sobre CHAMADO (Sou chamado pelo nome? [clique para ler]), na palavra criadora pronunciada por Deus está também a nossa VOCAÇÃO. E essa vocação me faz participante da missão de construção de um mundo melhor. Sou portador de uma mensagem de Deus para o mundo; você também é portador(a) de uma mensagem de Deus para o mundo, mensagem esta que ninguém mais pode dar no meu ou no seu lugar, porque cada um de nós é único e irrepetível.

Recentemente, ouvi uma pregação do Pe. Fábio de Melo com o título "Portador de Deus" e ele mencionava que este era o título de Santo Inácio de Antioquia. Penso que ser portador da mensagem de Deus é ser portador do próprio Deus. Por isso, acho que cada um de nós é chamado a ser anjo neste sentido (não na questão das naturezas, que são distintas). Somos mensageiros de uma boa nova, da boa mensagem - do grego "EU ANGELION" = Evangelho.

Só que esta mensagem de Deus é portada por nós, simples criaturas as quais aprouve a Deus querer Sua imagem e semelhança. Cito aqui a passagem da Segunda carta de S. Paulo aos Coríntios (II Cor 4,6-7):

"Porque Deus que disse: Das trevas brilhe a luz, é também aquele que fez brilhar a sua luz em nossos corações, para que irradiássemos o conhecimento do esplendor de Deus, que se reflete na face de Cristo. Porém, temos este tesouro em VASOS DE BARRO, para que transpareça claramente que este poder extraordinário provém de Deus e não de nós."

Portanto, este tesouro que é esta mensagem de Deus - este chamado, esta vocação - é levada por vasos frágeis de barro que somos nós.

Este segundo motivo me fez decidir pelo nome do blog, para que eu nunca me esqueça de que sou um mensageiro da Palavra pronunciada por Deus, mas que esta mensagem não tem origem em mim, pois sou frágil, sou barro - é o sopro de Deus que me faz vivo (Gn 2,7), que me faz mensageiro, que me faz ANJO BARRO.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Carregador de Bateria 12v Automotiva

Este carregador foi, na realidade, uma improvisação que precisei fazer em determinado momento. Entretanto, como funcionou perfeitamente, acabei montando a "geringonça" de forma "definitiva". Partilho a experiência para quem passar por uma emergência similar.

Componentes para as versões de 110v e de 220v:

- Lâmpadas L1 e L2
Com alimentação 110v - Utilizar 2 lâmpadas de 60w ou 1 lâmpada de 100w (para tensão de 110v). O receptáculo que não for usado ficará vazio, sem problemas.
Com alimentação 220v - L1 e L2 - Utilizar 2 lâmpadas de 100w (para tensão de 220v).

- Diodos D1, D2, D3 e D4
É necessário usar diodos para mais de 400v de tensão reversa* e para 2A de corrente média direta ou mais. Eu, particularmente, usei 2 diodos 1N4004 em paralelo para cada posição (total de 8 diodos) porque era o que eu tinha na mão, mas poderia usar, por exemplo diodos 1N5454, que aguentam 3A.
* Poderia usar diodos para tensão reversa de 200v no caso de alimentação 110v, mas como o preço é o mesmo, acho que vale a pena deixar esta parte "fixa" preparada para ambas as tensões.

Dicas de uso seguro:

0) Os passos 1 e 2 devem ser feitos com o circuito DESCONECTADO da tomada.
1) Para carregar a bateria, desconectar seus bornes completamente do automóvel. Ela pode até ficar dentro do carro, mas eletricamente desconectada.
2) Ligar os bornes da bateria ao carregador, nos pontos indicados por (+) e (-) no circuito acima. Podem ser utilizadas, inclusive, garras jacaré para facilitar.
3) Conectar o carregador na tomada elétrica, mas é IMPORTANTE NÃO ENCOSTAR A MÃO em nenhuma parte metálica do circuito ou nos bornes da bateria após ligar a tomada.
4) O circuito foi pensado para aproximadamente 1A de corrente de carga média. Assim, para pensar no tempo máximo que se deve deixar carregando, divida a capacidade da bateria pela corrente média. Por exemplo, uma bateria de 55Ah precisaria de 55h para ser completamente carregada. Entretanto, não é necessário carregá-la completamente. Apenas o suficiente para conseguir ligar o motor, já que o alternador se encarregará do resto. No meu caso, de 8 a 12h normalmente foi suficiente.
5) Ao término do tempo, desconectar primeiramente a tomada e depois a bateria. Refaça as conexões normais do carro e dê a partida no motor. Acelere um bom tempo para dar uma carga boa e ande com o carro por uns 10 a 15 min.

Aos projetistas de plantão, podem recalcular os componentes (lâmpadas e diodos) para uma corrente maior de carga, sem problemas. Entretanto, o ideal para uma carga lenta (que não estraga a bateria com o tempo) é usar no máximo 10% da capacidade da bateria. No exemplo de 55Ah, não usar mais de 5,5A.
Lembre também que quanto maior a potência das lâmpadas, mais energia você gastará e pagará. Pode considerar o gasto normal das lâmpadas para estimar o gasto.

APENAS PARA AVISAR: NÃO ME RESPONSABILIZO POR EVENTUAIS PROBLEMAS OCORRIDOS COM O CIRCUITO. APENAS PARTILHO MINHA EXPERIÊNCIA COM MONTAGENS QUE DERAM CERTO COMIGO, SEGUNDO AS PRECAUÇÕES QUE LISTO NA POSTAGEM.

sábado, 28 de novembro de 2009

Me conhecer em comunidade?

Para nos conhecermos melhor, temos como meio a oração, conforme já escrevi no Tema "Mas como assim vocação?" (clique aqui para ler).

Mas existe também um meio muito importante: a vida em comunidade. É quando nos deparamos com as diferenças em relação a nossos irmãos que tomamos consciência de quem somos. Não se trata, numa primeira análise, em definir certo ou errado. Trata-se de melhor conhecer quem somos na medida em que identificamos aquilo que não somos nas atitudes do outro.

E não só isso! Eu tenho reações, dependendo do que meu irmão faz. Conforme já falei no tópico "NINGUÉM CAUSA EMOÇÕES NO OUTRO..." (clique aqui para ver), os sentimentos que brotam em mim quando reajo a alguma ação de alguém não é colocado em mim por ele. Na realidade, as razões deste sentimento já estavam em meu coração - só foram despertados pelo outro. E ao serem despertados, posso conhecê-los.

Meus irmãos da Comunidade Filhos da Redenção (a qual pertenço) tem me ajudado muito a me conhecer, mesmo porque são muito diferentes de mim. Melhores? Não!! - Piores? Não!! - São diferentes e, por isso, me fazem crescer.

É importante perceber que podemos estar sendo (perdoem este "gerundismo", mas achei que expressa bem o que eu quero dizer) não o que Deus nos vocacionou, mas sim outras coisas que fomos acumulando por cima do chamado inicial. Para poder discernir isso, em primeiro lugar preciso ver quem estou sendo (perdoem de novo) e quem eu sou, por baixo de tudo que foi se acumulando.

Como eu disse, o fato de percebemos quem somos agora e que somos diferentes uns dos outros ainda não define se este ou aquele está certo ou errado. Isto só percebemos quando vamos ao outro meio: o meio da Oração. É aqui que, quando conversamos francamente com Deus, vamos:

  • desenterrando, trazendo à tona o que é chamado de Deus
  • mantendo aquilo que acumulamos em nosso crescimento pessoal e que colabora com o chamado
  • lutando para retirar aquilo que não colabora, que não edifica.
Deus e a Comunidade: Com eles eu me conheço e posso realizar minha vocação, posso ser feliz, posso já antecipar em parte o céu aqui na terra. E isto só é possível no amor. Não é a toa que temos esta afirmação de Nosso Senhor Jesus Cristo em Mc 12, 29-31:

"Jesus respondeu-lhe: 'O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe.'"

Portanto, a fundamental vocação (de onde derivam as demais) é o amor, conforme a Encíclica Familiaris Consortio 11: "Deus é amor (I Jo 4,8.16) e vive em si mesmo um mistério de comunhão pessoal de amor. Criando-a à sua imagem... (Gn 1,26-27), Deus inscreve na humanidade do homem e da mulher a vocação e, assim, a capacidade e a responsabilidade do amor e da comunhão.”

Mas como assim vocação?

Ora, sei que existe uma vocação de Deus para mim. Já falei sobre isso no Tema "Sou chamado pelo nome???" (clique aqui para ler)

Mas como assim vocação?

Não digo apenas quanto à vocação Sacerdotal, Religiosa ou Matrimonial (mas também as incluo). Quero englobar a vida como um todo. Temos também uma vocação profissional que é fruto não só do chamado de Deus, mas também da herança genética de nossos pais, responsável por nos dotar de aptidões. É claro que até nessa herança genética temos a mão de Deus (ou a voz de Deus no "faça-se" - neste caso no "façamos" de Gn 1,26).

Temos "hobbies", temos gostos particulares, temos um temperamento bem pessoal, temos tanta coisa que nos faz sermos especiais, únicos, irrepetíveis. E é tudo isso que, por ser fruto da vocação - do chamado a existirmos, nos serve de "pista" para descobrirmos a nossa vocação.

Precisamos nos conhecer. Precisamos ter a coragem para olharmos para dentro de nós mesmos e procurarmos quem nós somos. E isto, certamente, precisa da ajuda de Deus - Aquele que sabe "tim-tim por tim-tim" quem somos. E, na oração, na intimidade com Deus é que conseguimos nos conhecer melhor. Não só Ele se revela a nós, mas também nos revela a nós mesmos, principalmente ao expormos a nossa vida à Ele.

Muitas vezes me questionei porque precisava falar de minha vida para Deus em minhas orações, já que Ele conhece tudo. Mas é em cima dessa "matéria-prima" que apresento a Deus que Ele me faz enxergar aquilo que sozinho eu não poderia ver ou fazer.

É só lembrar Mc 10,51-52: "Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: 'Que queres que te faça?'" Uma pergunta meio óbvia a um cego, não?? E a resposta não foi diferente da esperada: "Rabôni, respondeu-lhe o cego, que eu veja!" Mas era preciso o cego afirmar claramente o que queria, dizer o que precisava. Só em cima disso, concretamente, Jesus pôde dizer "Vai, a tua fé te salvou."

Bom, e se Jesus chegasse hoje para você e perguntasse "Que queres que te faça?" Você teria algo na ponta da língua para dizer? Você apresentaria uma necessidade real ou um desfile de vontades que apenas "encobrem" cada vez mais a sua vocação?

Essa vocação nos faz encontrar o nosso lugar nessa engrenagem que é o projeto do Reino de Deus, no plano de Salvação que Deus quer fazer acontecer para que cada um realize sua vocação e seja feliz.

Mas esse conhecimento de nós mesmos não acontece somente na oração. Acontece também na vida em comunidade.

Continua em "Me conhecer em comunidade?" (clique aqui para ler)

Sou chamado pelo nome???

Pois é. Título meio louco pra texto de blog...

Quero me deter um pouco em 3 passagens:

(Is 43,1) "E agora, eis o que diz o Senhor, aquele que te criou, Jacó, e te formou, Israel: Nada temas, pois eu te resgato, eu te chamo pelo nome, és meu."

(Jr 1,5) "Antes que no seio fosses formado, eu já te conhecia; antes de teu nascimento, eu já te havia consagrado, e te havia designado profeta das nações."

(Gn 1,3-5) "Deus disse: 'Faça-se a luz!' E a luz foi feita. Deus viu que a luz era boa, e separou a luz das trevas. Deus chamou à luz DIA, e às trevas NOITE. Sobreveio a tarde e depois a manhã: foi o primeiro dia."

Aquele que me criou me chama pelo nome, nome que Ele já conhecia antes que no seio de minha mãe eu fosse formado. Gosto de fazer um paralelo entre essa idéia e a narrativa da Criação, onde sabiamente o escritor bíblico, inspirado pelo próprio Deus, O coloca criando através da Sua Palavra, através dos diversos "faça-se" e do especial "façamos" ao criar o ser humano.

No "faça-se", Deus "pronuncia um nome", a verdadeira essência daquilo que será feito, criado. Quando, por exemplo, Ele faz a luz, já diz também o que ela será e fará. No fundo, a essência da Palavra de Deus já é a própria ação criadora de Deus.

Assim, ao criar cada um de nós, Ele pronunciou um nome - mais que um nome, um chamado! Ele nos chamou à existência. A palavra vocação vem do latim vocare = chamado. Assim, o que inicia nossa existência é um chamado de Deus, uma vocação.

Fomos criados para a realização de um projeto maravilhoso de Deus em nossa vida. E o meu Deus, o Deus revelado em Jesus Cristo, o Deus em que eu acredito é um Deus que é Amor. Portanto, a vocação de Deus para mim é certamente uma linda vocação que, ao ser realizada, me fará feliz - me fará viver o céu! E isto não é privilégio meu. Você que está lendo estas linhas também tem uma maravilhosa vocação de Deus. Queira descobri-la, procure achá-la. É por aí que encontrará a sua felicidade.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Quadrado de número terminado em 5 - Fácil...

Bem, imaginemos um número terminado em 5. Vou representá-lo assim: N5.
Para entender a representação, o N corresponde a tudo que antecede o 5 neste número.
Por exemplo: Em 25, o N=2. Em 645, o N=64 ...

Bom, a dica é:
a) multiplique N pelo seu sucessor. Trocando em miúdos, Nx(N+1);
b) coloque o número 25 logo após.
ACABOU...
Simples não?
 Exemplo: 25 ao quadrado
Neste caso, N=2, logo Nx(N+1) = 2x3 = 6
Agora é só colocar 25 após o resultado: 625 = este é o quadrado de 25.

Outro exemplo: 105 ao quadrado
Aqui, N=10, Nx(N+1) = 10x11 = 110
Resultado: 11025

EXPLICAÇÃO ALGÉBRICA:
Se um número é N5, pela notação decimal significa que ele é igual a 10xN+5

Elevando ao quadrado (10xN+5)^2 = 100xN^2 + 100xN + 25 = 100x(N^2 + N)+25
= 100x[Nx(N+1)] + 25.
Ora, um número inteiro [Nx(N+1)] multiplicado por 100 significa o próprio número acompanhado de 2 zeros. Este número terminado em 2 zeros, somado com 25, dará o mesmo número inteiro seguido de 25. E que número inteiro é esse? Nx(N+1), ou seja, N multiplicado pelo seu sucessor.

Simples, não?...
Espero que seja de utilidade...

domingo, 22 de novembro de 2009

Fácil Divisão e Multiplicação por 5

Pode ser óbvio, mas como pode existir alguém que não conheça, lá vai...

Bom, existe um jeito "fácil" de multiplicar e dividir por cinco "de cabeça". Isto pode dar mais agilidade em uma prova ou até no dia a dia.

1) Para multiplicar um número por cinco, divida o mesmo por dois e coloque um zero ou desloque a vírgula para a direita.
Ex.1) 5 x 264 = 1320
Usando o método:
- metade de 264 = 132
- coloca um zero = 1320

Ex.2) 5 x 345 = 1725
Usando o método:
- metade de 345 = 172,5
- desloca a vírgula à direita = 1725

2) Para dividir um número por cinco, multiplique o mesmo por dois e tire um zero ou desloque a vírgula para a esquerda.
Ex.1) 455 / 5 = 91
Usando o método:
- dobro de 455 = 910
- tira um zero = 91

Ex.2) 432 / 5 = 86,4
Usando o método:
- dobro de 432 = 864
- desloca a vírgula à esquerda= 86,4

Justificando algebricamente:
Simples; multiplicar por cinco é o mesmo que multiplicar por 10 e dividir por dois, ou seja:
N x 5 = N x (10/2) = (N/2) x 10

O outro caso é similar:
N/5 = N/(10/2) = N x (2/10) = (N x 2)/10

Espero que tenha sido útil. Um abraço!

NINGUÉM CAUSA EMOÇÕES NO OUTRO...

Certa vez, Dom Wilson (Bispo auxiliar do Rio de Janeiro) trabalhou com representantes de diversas comunidades um texto com o título acima, escrito por John Powell. Foi realmente intrigante ler/ouvir que as emoções que eu sinto (inclusive os sentimentos negativos) não poderiam ser causadas por ninguém externo a mim. Apenas despertam algo que já estava em mim.
Já disse Jesus em Mc 7,15: "Nada há fora do homem que, entrando nele, o possa manchar; mas o que sai do homem, isso é que mancha o homem". É plausível raciocinar, portanto, que ninguém pode me manchar com suas atitudes, palavras ou agressões. Só eu mesmo posso me permitir ser manchado. A decisão está em minha posse.
Posso me decidir por ficar chateado, murmurar ou até agredir alguém devido ao que ele(a) me fez. Só que posso também me decidir por não fazê-lo! Eis a noção mais sublime de liberdade. Quanto mais livres nós somos, mais podemos escolher e trabalhar nossa reação – afinal, somos seres racionais, não estamos presos só ao instinto.
Como numa reação química, onde misturamos um reagente em uma substância para identificar alguma propriedade dela (acidez, alcalinidade, ...), "aquilo que entra no homem" tem esta propriedade de revelar o que está "dentro do homem". E isto deve ser usado em nosso favor! Paremos de nos justificar culpando os outros por nossas reações (Adão, Eva e a serpente...). Elas apenas nos fizeram o favor de nos mostrar e ajudar a identificar em quê preciso mudar. Grande valor para isto tem a vida em Comunidade!!!
Um bom exame de consciência e uma confissão (quando necessária) nos farão ser melhores, por obra e graça do Espírito Santo. E lembremo-nos: é pela redenção em Jesus que somos livres da escravidão do pecado, da reação que pode nos manchar. Pela graça que nos foi derramada, podemos escolher – como Jesus escolheu.

Nada é nosso – tudo é dom de Deus

Tudo que recebemos de Deus é por graça, de graça. É por puro amor.

Poderíamos argumentar, então, que uma vez que Deus nos tenha dado, passa a nos pertencer e, portanto, não sou obrigado a partilhar ou dividir o que tenho, pois passou a ser meu.

Realmente, obrigado não sou... Só que, aprofundando um pouco mais, Deus criou todas as coisas (inclusive nós). Se ele criou o nosso ser, o nosso existir também foi dom de Deus. Mas dom de quem para quem, já que não existíamos para poder receber nossa existência? (filosofando... rsrsrs)

No fundo, a criação inteira foi feita para a harmonia, para a completa partilha e dependência mútua. Portanto, o fato de sermos e existirmos já é também um dom de Deus, somos dom para o mundo, para a criação que nos inclui também! Nossa essência é sermos dom e, portanto, também colaborar com nossos dons para que o mundo seja melhor.

Quando se fala de dom, é inevitável falar de amor, pois o dom de Deus foi sem pedir nada em troca – dom totalmente gratuito. Já disse João que Deus é Amor. É a isso que somos chamados. O desamor e o egoísmo é ir contra o crescimento do ser humano, é descer em nosso desenvolvimento. É não ser aquilo para o qual fomos feitos, ir contra nossa essência. É errar o alvo, é ser incoerente com o que somos. É, em última análise, “não ser”.

Percebo a vida eterna como a realização do nosso ser “sendo”, ou seja, existindo, vivendo, realizando o que nos foi doado como potencial! Já o “não ser”, mesmo existindo, seria o contrário – não realizar o projeto, não completar em nós o que, em potencial, nos foi dado.

Embora o mundo pareça afirmar o contrário, o amor é a realização plena do ser humano, é a sua fortaleza.