BUSQUE O ALTO!
ANJO BARRO
ANTÔNIO JO BARBOSA RODRIGUES
Eu tirei esta foto no estacionamento do Barra Shopping. Não me perguntem como esta árvore cresceu torta assim. Na época, achei curiosa e resolvi registrar. Agora, coloquei-a como "símbolo" neste blog pelo que ela representa para mim.
Provavelmente, esta árvore passou por dificuldades para crescer neste "caminho torto", mas ela sobreviveu e continua a buscar sempre o alto. Vejo que somos assim também: Nem sempre conseguimos andar pelo caminho reto rumo ao alto, pois somos seres humanos, cheios de incoerências e limites, mas Deus vê a nossa luta em chegar ao alto. Isto é a santidade: não desistir de chegar ao céu. Neste caminho, às vezes caímos, trilhamos caminhos "tortos", mas se nos levantamos e não desistimos de alinhar de novo, estamos rumo ao alto.
Este site tem como objetivo crescermos juntos e, sem suas opiniões e comentários, isto não será possível! Portanto, leia os tópicos, participe comentando!

Nosso trato neste "blog de crescimento" é o seguinte: Me reservo apenas no direito de apagar os comentários que eu considerar ofensivos, contrários à lei e/ou que usarem expressões ou palavras de baixo calão. Trato feito, vamos em frente... ou melhor, para o alto!!!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Criação e Evolução (5)

Na quarta parte deste tema Criação e Evolução (4) já postada, falamos de mais alguns trechos da Bíblia e que eles precisam ser interpretados com muito cuidado levando em conta diversos fatores.

Agora chegou a hora de trabalharmos uma pergunta: Deus não poderia ter escolhido criar pela evolução? Isto o faz menos criador?

Ora, se dissermos por exemplo que quando Deus cria o início de tudo, Ele já cria também as condições necessárias para que tudo possa evoluir, estaríamos dizendo alguma blasfêmia? Não pode ser uma solução de complementação entre Criação e Evolução?

Ora, dizer que Deus é o Criador de todos os seres (o que é uma verdade incontestável da fé) não precisa "obrigar" que esta criação seja direta. Vamos a um exemplo simples citando Gn 1,10. 
  • "Deus disse: 'Produza a terra plantas, ervas que contenham semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie e o fruto contenha a sua semente.' E assim foi feito."
Ora, a Palavra de Deus menciona aqui claramente a criação de um processo que as plantas fariam para continuar, através dos tempos, gerando novas plantas (planta - fruto - semente - nova planta). Mais tarde, no mesmo capítulo, vemos o famoso "crescei e multiplicai-vos" dito aos animais e também ao homem e a mulher. Trata-se novamente de um processo criado por Deus.

É claro que aqui estamos falando de novos seres gerados a partir de outros de mesma espécie. Mas seria tão complicado estender a possibilidade (vejam bem, estou dizendo possibilidade!) para a evolução, onde uma nova espécie poderia surgir a partir de uma modificação genética da espécie anterior? Se no momento inicial de criação (quando antes nada existia) também tiverem sido criadas as condições e processos necessários para que tal acontecesse, qual seria o problema? Não seria também Deus o criador de tudo?

Sei que o que vou falar agora não comprova nada, mas já repararam que a primeira narrativa coloca uma ordem de criação do menos evoluído para o mais evoluído? Vamos nos limitar em falar dos seres vivos: plantas (v11), animais marinhos e aves (v20), animais terrestres (v24) e o ser humano (v26).

É claro que temos aqui alguns pontos que precisam ser resguardados para podermos considerar esta complementariedade entre criação e evolução:
  1. A criação da matéria inicial e de toda a capacidade e condições de evolução que essa matéria inicialmente criada teve é devida a Deus diretamente. E isso a Teoria da Evolução não conseguiria desmentir, pois ela não trata do início de tudo, mas do processo como tudo foi acontecendo.
  2. Particularmente, há 2 eventos nesse processo que também são únicos e claramente realizados por Deus: o surgimento da vida e o surgimento de um ser racional (humano).
  • A vida é um dom de Deus e que jamais conseguiu ser repetido pelo ser humano. Mesmo com várias sequências genéticas já decifradas pela Ciência, o Homem não conseguiu criar vida a partir de  materiais não vivos. Penso que em um determinado momento em que a vida seria possível, em que uma estrutura molecular mínima poderia suportá-la, Deus infundiu a vida e, a partir daí, a evolução atuou a partir das condições e capacidades inerentes a esta estrutura. Lembremos que, segundo a doutrina católica, todos os seres vivos possuem alma e esta não é física em si, embora esta com o corpo forme um só ser. A inserção da alma (do princípio vital) seria ação direta de Deus.
  • O surgimento de um ser racional também apresenta um momento de ação direta de Deus. O ser humano possui uma alma espiritual, diferentemente dos demais seres vivos. É esta alma espiritual que também o faz imagem e semelhança de Deus. Quando surgiu um ser com capacidade e estrutura suficientes para ter uma alma espiritual, Deus a infundiu neste ser e este foi o primeiro ser humano (Gn 2,7 - o sopro de vida nas narinas do homem). A partir daí, a cada ser humano que é concebido, Deus cria a sua alma e a infunde no momento da concepção.
Como criador das possibilidades e capacidades dos seres para que evoluíssem, não há aqui um abandono de Deus, mas sim uma criação contínua. Presenciamos uma criação em processo, uma criação em evolução.

Como eu disse logo nas primeiras postagens, muitos aspectos da teoria da evolução ainda são conjecturas, mas uma coisa é certa: com um estudo científico sério e limitado ao seu campo de verificação e testes, não há como excluir a ação criadora de Deus pois a ciência não possui métodos e processos que possam extrapolar fora das coisas criadas. E Deus transcende (não está contido em) este mundo.

Por outro lado, a fé também tem a possibilidade de avançar à medida que surgem progressos na investigação científica. Se Deus fez do homem um ser racional, capaz de investigar a criação e de "criar" (a partir da matéria já criada), a ciência não é algo indesejável em si.

Basta que haja uma discussão saudável entre fé e ciência. Ambas buscam a verdade e a verdade é única. Cada uma em seu campo e se complementando (sem se misturar), poderemos avançar.
.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mensagem de Natal

Pois é... Olha essa data aí de novo: Natal!!

Mas uma coisa é muito estranha... Parece que cada vez menos pessoas falam do real significado da data. Fala-se de Papai Noel (que não é o aniversariante), de paz e de luz (que não surgem do nada) e há quem fale de uma noite mágica, capaz de aproximar os seres humanos - como se um passe de mágica pudesse realizar isso.

Ora, cristãos ou não, aqueles que querem comemorar o Natal e que desejam os frutos de paz, de luz, de unidade (e tantos outros que são mencionados nesta época) precisam saber porque esta é uma data tão importante e real, o que ela realmente significa para os cristãos, o que está envolvido e, a partir daí, mesmo que não compartilhem das mesmas crenças, saibam tudo o que um cristão quer dizer quando deseja um Feliz Natal. Acho que, somente assim, poderemos começar a construir realmente os frutos tão almejados de forma que não sejam apenas uma "trégua" de 24 horas, mas duradouros.

Dizer que o Natal é a data em que comemoramos o nascimento de Jesus já é um bom começo (uma vez que muitos até acham que o Papai Noel é o aniversariante), mas ainda muito pouco para expressar o evento inédito que acontece na história da humanidade neste nascimento. Aquele menino que nasceu em Belém é o próprio Deus que nasce como um ser humano! Loucura para qualquer pensamento humano, mas o Deus todo-poderoso vem até nós se encarnando como ser humano, com seus limites, suas dificuldades, seus sofrimentos e alegrias... E sabe porquê? Porque o ser humano se afastou de Deus pelo egoísmo, pela indiferença, pela injustiça - em suma, pelo pecado.

Caramba!!! O ser humano se afastou de Deus, ofendeu as Suas recomendações para que pudéssemos viver em harmonia e em paz, gerou guerras com seus irmãos... e Deus o que faz? Não se apegou a sua soberania e poder, mas veio até nós como um de nós, por nossa causa, por Seu amor por nós.

É isso que comemoramos no Natal!!! Jesus é Deus conosco! Deus, que é todo-poderoso, veio até nós que o ofendemos - porque não devo eu fazer o mesmo em relação àquele que me ofendeu? Porque não devo tentar me livrar dos pensamentos maus que me escravizam e que, no fundo, só fazem mal a mim mesmo? Até quando será que não perceberemos que sentir ódio ou raiva de alguém é o mesmo que beber veneno achando que o outro é que será afetado? Percebem que aqui está um fator primordial para se conseguir os frutos de paz, harmonia, luz e alegria que tanto almejamos?

Porém é claro que, como seres humanos, somos fracos para que uma simples decisão se torne ação. Há verdadeiros turbilhões de sentimentos, sofrimentos, feridas que nos fazem tomar outras direções, mesmo quando decidimos algo. Para isso, Deus aí está para nos ajudar! A partir do momento em que Deus se fez Homem em Seu Filho Jesus, nós fomos também beneficiados. Deus se fez pobre homem para que o Homem fosse enriquecido em sua natureza. Podemos contar com a força espiritual de Deus - que não é uma simples força, mas o próprio Espírito Santo de Deus agindo em nós.

Portanto, não há nada de magia. Há sim a graça de Deus agindo no esforço humano! Deus faz a parte d'Ele. E nós, estamos dispostos a fazer a nossa? Eis o real convite que é relembrado na noite de Natal, mas que precisa se estender por todos os dias da nossa vida. O convite a ultrapassar o que nos faz mal e fazer o bem, a acabar com o rancor e dar vez ao amor, a superar as trevas e deixar brilhar a luz de Deus em nossas relações familiares, de amizade, de trabalho...

E, por fim, Deus se fez um de nós - em Seu Filho Jesus somos também filhos de Deus. Não há como falar em fraternidade (irmãos) se não falamos de um Pai comum. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são irrealizáveis se não partirem de um ponto comum - Deus é nosso Pai!

Este sim é o Natal que desejo. O Papai Noel é hoje apenas um apelo comercial que está longe de ser o sentido desta data. O presente principal que daremos aos outros e a nós mesmos será um coração mais leve, mais aberto ao irmãos.

Agora sim!! Um Feliz Natal repleto de todas as graças que Deus quer derramar na vida de cada um de vocês e que estas graças se estendam pelo ano de 2012, dando-lhes força para buscarem e alcançarem todos os frutos e resultados que vocês almejam.

Um abraço,
Antônio José

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Criação e Evolução (4)

Na terceira parte deste tema Criação e Evolução (3) já postada, vimos que o objetivo das Sagradas Escrituras não é dar uma aula de ciências e, portanto, não é no sentido literal que está o que Deus quer nos afirmar, embora tenha se utilizado da linguagem humana dos hagiógrafos (pessoas que escreveram sob a ação do Espírito Santo). A linguagem (incluindo aí também o estilo de escrita) é um meio para expressar algo (ou alguém) que transcende (ultrapassa) a própria linguagem, o próprio Homem, todo o universo.

Portanto, a interpretação das Sagradas Escrituras não deve ser realizada somente pelo sentido literal, mas ir além do mesmo, observando o estilo literário, a época da escrita, a época narrada, os aspectos culturais e também a importantíssima unidade da Sagrada Escritura como um todo.

Neste trabalho de estudo profundo da Bíblia, a Igreja tem se dedicado desde sua instituição por Jesus. Lembremo-nos que muitas vezes o próprio Jesus se sentou com a Igreja embrionária (os apóstolos) e lhes explicou as escrituras do primeiro (ou antigo) testamento, mostrando-lhes que o sentido das mesmas apontavam sempre para a vinda d'Ele, o Messias, o Salvador entre nós. A ponto de João escrever no início de sua narrativa do Evangelho de Jesus um texto que remete também ao início do livro do Gênesis, fazendo um paralelo entre a antiga e a nova criação:

  • "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito." (Jo 1,1-3)
  • "No princípio, Deus criou os céus e a terra" (Gn 1,1)

Lembram que na primeira narrativa da Criação no Gênesis Deus cria pela sua Palavra? A Palavra aqui é mais que um simples vocábulo, que um conjunto de letras. É a própria essência criativa e organizadora de Deus, a capacidade de organizar o caos, de ordenar o que é desordenado. Indo além, também demonstra a capacidade de comunicação, de organizar pensamentos, raciocínios, idéias que podem ser comunicadas.

  • "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade." (Jo 1,14)

Ora, é muito fácil intuir de quem João está falando aqui: o Verbo (a Palavra - o Logos) é o próprio Deus (Jo 1,1) e se encarnou como um ser humano - Jesus. Em Jesus podemos ver a harmonia da criação. Ele é a expressão do que humanamente nós deveríamos e fomos capacitados a ser: imagem e semelhança de Deus.

A nossa "imagem e semelhança" está longe de querer designar questões físicas ou mesmo uma igualdade total e absoluta. Mas é nítido que o ser humano tem capacidades que nenhum outro animal possui, entre elas a inteligência racional (criatividade, capacidade de ordenar, de organizar pensamentos, de comunicar-se...) Percebem aqui um aspecto da imagem e semelhança, evidentemente limitadas se comparadas a Deus?

Bom, depois de mais estas considerações sobre o sentido literal e o que o texto tem como objetivo expressar, pergunto: se a criação de tudo (criaturas sem vida, plantas, animais irracionais, seres humanos) não tiver sido num mesmo momento ou não tiver sido em 6 dias, as Escrituras deixam de ser verdadeiras? De outra forma, considerar que Deus é o criador de tudo o que existe invalida totalmente a teoria da evolução das espécies?

A pergunta que será tratada na próxima postagem: Deus não poderia ter escolhido criar pela evolução? Isto o faz menos criador?
.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Criação e Evolução (3)

Na segunda parte deste tema Criação e Evolução (2) já postada, foi visto que os 2 conceitos não estão em oposição, mas falam de duas coisas distintas. O problema começa a acontecer quando a Ciência começa a querer definir questões que fogem do seu ambiente experimental/físico ou quando a Religião quer fazer aplicações científicas a partir da Revelação Divina.

Para início de conversa, já podemos ver que a Palavra de Deus narra a Criação de duas formas distintas: Gn 1,1-2,4a x Gn 2,4b-25. São relatos escritos em épocas distintas, em situações distintas e de tradições distintas. Vejamos algumas diferenças: 
  • Narrativa 1: o Homem e a mulher são os últimos a serem criados.
  • Narrativa 2: o Homem é criado antes das plantas e dos demais animais e, por fim, a mulher é feita a partir da costela do Homem.

  • Narrativa 1: Deus cria todas as coisas pela Sua Palavra (Faça-se... Façamos...) 
  • Narrativa 2: Deus cria o Homem e os animais a partir da terra, como ou Oleiro que trabalha o barro.
Só por aí, já temos dificuldade de colocar o texto bíblico como verdade científica "ao pé da letra". Mas é aí que entra a necessidade de um estudo da Bíblia levando em conta o contexto histórico, o gênero literário, o intuito principal do texto, etc. 
    Ora, em ambos os textos, a verdade fundamental a ser verificada é que Deus é o Criador de todas as coisas. A forma como o texto quer dizer isto e outras verdades de fé contidas é que varia.
    Existem outras verdades fundamentais que podemos ver aqui: 
    • Condenação da astrologia, tendo em vista que Deus criou os astros (sol, lua, estrelas...) e, portanto, são apenas criaturas e não controladores do nosso destino.
    • Na primeira narrativa, Deus cria homem e mulher, ou seja, em igualdade de dignidade: ambos imagem e semelhança de Deus. Na segunda narrativa, a mulher é feita da costela do homem, ou seja, da mesma matéria. Além disso, não é tirada nem do pé nem da cabeça, ou seja, nem como dominante nem como dominada. É alguém que está ao lado (costela) e que é uma ajuda adequada. Mais uma vez a idéia de igual dignidade.
    Ora, o texto não tem portanto a pretensão científica de mostrar exatamente (literalmente) como aconteceu, mas em uma coisa ele é claríssimo: Deus criou tudo a partir do nada: "No princípio Deus criou os céus e a terra" (Gn 1,1).
    Na próxima postagem trataremos de como a evolução entra em harmonia a partir daqui.

    sábado, 10 de dezembro de 2011

    Criação e Evolução (2)

    Na primeira parte deste tema Criação e Evolução (1) já postada anteriormente, enfatizei a base do que iremos tratar agora: Ciência e Religião tem objetivos complementares e não contrários. Têm métodos distintos, mas não contrapostos.

    Assim, já podemos assinalar uma distinção clara entre Criação e Evolução:
    - Quando vemos a narrativa da criação em Gênesis estamos diante de uma busca das origens, mas não no intuito de definir cientificamente e com precisão o que e como ocorreu. O objetivo principal ali é transmitir verdades essenciais da fé como o sentido de tudo o que existe e também que tudo teve um início por obra de alguém que não teve início (No princípio, Deus criou os céus e a terra - Gn 1,1).
    - Quando falamos de Evolução (seja pela corrente científica que for), tentamos falar da forma como os seres foram evoluindo a partir de formas mais simples até as que conhecemos hoje. Existem muitas correntes dentro do Evolucionismo (algumas até que não são totalmente concordantes com todos os pensamentos de Darwin), mas todas falam de evolução a partir de algo anterior, ou seja, que já existia fisicamente. Ora, esta teoria não discute a criação, ou seja, o início de tudo. Ela discute como evoluiu a partir de toda a matéria já existente (criada).

    A partir daqui já vemos um pouco da complementariedade de ambas e não oposição.

    Cabe também salientar que o Evolucionismo é uma conjectura, não um fato cientificamente comprovado. Entretanto, é possível, viável e na sua essência não pode se opor às verdades de fé já reveladas - a não ser que tente sair do campo da ciência para o campo filosófico ou religioso, o que já seria uma incoerência pois estaria saltando de um objetivo e métodos que não podem ser usados para falar de realidades além da matéria. Neste caso, de realidades além do que foi criado, do que está submetido a leis físicas, químicas e biológicas. Realidades espirituais não se comprovam com métodos puramente científicos.

    Não digo aqui que a ciência seja inútil para a fé. Ela nos ajuda a compreender melhor o que vemos ao nosso redor e isso pode nos aproximar mais da fé em um Deus criador que tudo criou por amor e com inteligência. Só não pode fazer afirmações fora da sua área.

    O que existia antes do início dos tempos, de todo o universo físico criado, não está sujeito às leis da física, da ciência.

    Na próxima postagem entrarei um pouco mais a fundo nas verdades apresentadas no início do Gênesis e fazendo um paralelo com o Evolucionismo.
    .

    quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

    Criação x Evolução (1)

    Não é de hoje que acontecem debates entre Religião e Ciência sobre vários temas, entre eles um é clássico após Charles Darwin: Criação x Evolução. A questão principal é que muitos escutam superficialmente as justificativas de ambos os lados e não percebem os pontos fundamentais que não se traduzem em divergência, mas muitas vezes em complementariedade.

    Para começo de conversa, estamos falando de áreas com objetivos e métodos diferentes. A Ciência utiliza métodos experimentais, ou seja, para algo ser comprovado pela ciência, é necessário que se possa realizar experimentos fisicamente que levem a determinada conclusão. Além disso, seu objetivo se detém em tentar explicar o "como" determinado fenômeno ocorre, a maneira que o mesmo se realiza.

    Na Religião não podemos falar apenas de experiências físicas, mesmo porque ela envolve também o mundo não físico. Não se pode comprovar (cientificamente falando) realidades não materiais (espirituais) através de experiências com as leis físicas. O que observamos pode até nos levar a crer nas realidades espirituais, mas estamos falando de fé e não de ciências na propria definição do termo. QUanto ao objetivo, também podemos ver divergência: a preocupação na Religião não é o "como", mas sim o "para quê", as finalidades de tudo o que existe. E, nestas finalidades, encontramos a própria finalidade da religião - "Re-Ligare" - religar o homem com o divino.

    Assim, já vemos aqui não uma divergência, mas uma complementariedade. Eu gosto muito de citar a frase do Papa João Paulo II que abre a Encíclica Fides Et Ratio (Fé e Razão): "A fé e a razão constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade. Foi Deus quem colocou no coração do homem o desejo de conhecer a verdade e, em última análise, de O conhecer a Ele, para que, conhecendo-O e amando-O, possa chegar também à verdade plena sobre si próprio."

    Logo, se a Palavra de Deus é a verdade e se a ciência (quando utiliza corretamente seus métodos) também busca a verdade, é de se crer que não deveriam se opor.

    Na próxima postagem, falaremos sobre o debate Criação x Evolução propriamente dito.
    .