BUSQUE O ALTO!
ANJO BARRO
ANTÔNIO JO BARBOSA RODRIGUES
Eu tirei esta foto no estacionamento do Barra Shopping. Não me perguntem como esta árvore cresceu torta assim. Na época, achei curiosa e resolvi registrar. Agora, coloquei-a como "símbolo" neste blog pelo que ela representa para mim.
Provavelmente, esta árvore passou por dificuldades para crescer neste "caminho torto", mas ela sobreviveu e continua a buscar sempre o alto. Vejo que somos assim também: Nem sempre conseguimos andar pelo caminho reto rumo ao alto, pois somos seres humanos, cheios de incoerências e limites, mas Deus vê a nossa luta em chegar ao alto. Isto é a santidade: não desistir de chegar ao céu. Neste caminho, às vezes caímos, trilhamos caminhos "tortos", mas se nos levantamos e não desistimos de alinhar de novo, estamos rumo ao alto.
Este site tem como objetivo crescermos juntos e, sem suas opiniões e comentários, isto não será possível! Portanto, leia os tópicos, participe comentando!

Nosso trato neste "blog de crescimento" é o seguinte: Me reservo apenas no direito de apagar os comentários que eu considerar ofensivos, contrários à lei e/ou que usarem expressões ou palavras de baixo calão. Trato feito, vamos em frente... ou melhor, para o alto!!!

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Novo Ano - Mudar tudo? Ou nem tudo?

Mudança - palavra recorrente que inevitavelmente aparece em época de fim de ano. Mas será que tudo precisa ser mudado?

A resposta é lógica: Não! Mas eu a coloquei para refletir em algumas mudanças que tem ocorrido.

1 - Esta figura eu copiei do blog de minha amiga, irmã de comunidade e professora Andresa em http://andresaphn.blogspot.com/. Acho que ela fala por si e reflete aspectos que prejudicam o processo de educação. Basicamente, parece que (às vezes) os pais não estão do mesmo lado da escola!! Sem contar que o desrespeito aos professores está muito ligado ao desrespeito que muitas crianças e adolescentes teem em relação aos pais em casa... Como professor, me uno à classe no desejo de que essa mudança que houve nos últimos anos possa regredir um pouco no ano que começa.


2 - Este vídeo está no YouTube e eu recebi o link por e-mail de dois amigos meus: Ewaldo, que cursou engenharia e se formou junto comigo há 20 anos (!!!! uau, contei agora!!) e Carlos, irmão de comunidade e advogado, que também tem um blog: http://carlosfbb.blogspot.com/.
Fala das muitas mudanças tecnológicas que tivemos, mas que poderiam ser usadas para executar os planos de Deus, assim como foram executadas no passado e sem tecnologia. Ora, quando usada para o bem, a tecnologia só tem a nos ajudar. Quantos hoje podem ser evangelizados pela internet, podem estudar, ler livros, visitar museus e, tudo isso, em frente a uma tela?!

MUDEMOS, MAS PARA MELHOR!!!
FELIZ E ABENÇOADO ANO NOVO, NA COMPANHIA DESTE GRANDE AMIGO!!!

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A Palavra ou a Voz?

Ao ver as leituras da liturgia deste último dia do ano de 2010, participei de uma partilha que acontece por e-mail e, como se trata justamente de um tema sobre o qual eu já estava pensando em escrever, transcrevo meu comentário aqui. Espero que seja útil!
As leituras do dia são 1Jo 2,18-21 / Sal 96,1-2.11-13 / Jo 1,1-18.

A Palavra (o Verbo) se fez carne e habitou entre nós! (Jo1,14)

Mais à frente, neste Livro do Evangelho segundo S. João, João Batista se reconhece como a voz que clama no deserto.
Em Jo 1,8, o Evangelista afirma que João Batista "não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz".

Eis uma sutil, porém fundamental diferença, entre ser o Verbo (a Palavra) de Deus e ser a voz:

A Palavra é o conteúdo, a mensagem em si, o que se deseja transmitir. Num contexto mais amplo, é a origem e causa de toda ação (inclusive na criação narrada em Gn 1).

Interessante que aqui, não necessariamente estamos falando de palavra no sentido de um conjunto de fonemas ou de letras. Isso já seria um código (prova disso é que dependeria do idioma) que tenta traduzir para cada um de nós o significado do conteúdo que se desejou transmitir (este independeria do idioma).

É por isso (por exemplo) que o correto é terminar a leitura do Evangelho na Missa com "Palavra da Salvação" e não "Palavras da Salvação" (como infelizmente alguns teimam em fazer). A Palavra (o conteúdo a ser transmitido) é o próprio Jesus, a Salvação que veio nos trazer e, por definição, é somente uma. Mesmo sendo expressa por várias palavras (fonemas, letras...) em diversos idiomas diferentes, o sentido final (o que se deseja afirmar) é uma só Palavra, um só Verbo - Aquele que se encarnou e habitou entre nós - Jesus.

Mais um ponto interessante para verificar isto é que em Gênesis 1, Deus cria todas as coisas através da Palavra, descrita no livro com vários "faça-se" e um "façamos". Ora, antes do primeiro faça-se, existia somente Deus. Se Deus criou todas as coisas, o ar também foi criado por Ele. Antes de criar o ar, como se poderia pronunciar uma palavra, já que a propagação deste som precisaria de ar? É evidente que a Palavra neste contexto também é o conteúdo do que Deus desejava fazer e fazia - o conteúdo da ação criadora do Pai. Mais tarde (para nós, mas para Deus tudo é presente), também o próprio conteúdo da Redenção - Jesus.

Portanto, a voz é o canal, o veículo que pode transmitir este conteúdo (que é a Palavra) através de palavras compreensíveis por um determinado idioma. Era o papel de João ser a voz e não a Palavra, ser testemunha da Luz e não a Luz. Isso porque a Palavra é uma só, a Luz que ilumina os homens é uma só - Jesus.

Quando alguém tenta se colocar no lugar da Palavra, no lugar da Luz, e começa a pregar ou falar de suas próprias palavras, acontece o que narra a primeira leitura (I Jo 2,18-21). E quão grave é o versículo 19 de I Jo 2: "Eles saíram do nosso meio, mas não eram dos nossos, pois se fossem realmente dos nossos, teriam permanecido conosco."

Muitos dos Anticristos saíram do meio dos cristãos, desde os primeiros anos do cristianismo! Esses queriam substituir a Palavra da Salvação pelas suas próprias palavras - Jo1,11: "Veio para o que era seu, e os seus não a acolheram." Não querem ser apenas a voz que clama, tentam ser a própria palavra... E quantos desses Anticristos estão hoje no mundo?

Senhor, que hoje o nosso coração queira ser voz que clama tua Palavra e não a nossa palavra. Que queiramos seguir Jesus, o Verbo encarnado, e não as vontades do mundo com suas palavras tentadoras, envolventes, enganadoras...

Vem e ilumina-nos com Teu Espírito Santo. Faz-nos refletir Tua Luz que ilumina o mundo. Ajuda-nos a ser o que a tua Palavra criadora chamou-nos a ser no momento de nossa concepção.

Deus seja louvado pelo ano que passou e por mais este ano que se inicia. Sejamos, pois, a voz que clama também durante este ano nesse deserto. Amém.

Abraços a todos! Feliz e abençoado ano novo!
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

AHHH, EU JÁ SABIA!!!

AHHH, EU JÁ SABIA!!!
AHHH, EU JÁ SABIA!!!

É uma expressão muito usada no futebol, mas senti uma vontade enorme de aplicar depois que vi o artigo do link abaixo, cujo título é:
"Abstinência antes do casamento melhora a vida sexual, diz estudo"

http://blog.bibliacatolica.com.br/outros/abstinencia-antes-do-casamento-melhora-a-vida-sexual-diz-estudo/

Fico muito feliz quando a ciência chega a conclusões assim...

Cheia de Graça x Cheia de Si

Nas palavras de saudação do anjo à Maria, já é possível perceber uma alusão à Imaculada Concepção de Maria: Ela é a Cheia de Graça! Cheia, repleta, completamente preenchida pela Graça de Deus!

Aliás, dentro do mesmo assunto, quando falamos de pecado original não significa algo que o recém-nascido tenha cometido. É um conceito que nos liga aos nossos primeiros pais, ao primeiro pecado que um ser humano cometeu. É, em suma, a ausência da graça divina em nós. Essa graça estava presente em Adão e Eva, mas a humanidade a perdeu a partir desta primeira falta. Ora, se pelo Batismo recebemos o Espírito Santo em nós, é fácil intuir que o pecado original é apagado pelo Batismo.

Voltando a falar de Maria, ela é chamada de Imaculada Conceição porque ela foi concebida e nasceu sem o pecado original, ou seja, cheia da graça de Deus. Foi um privilégio, um dom único que Deus lhe concedeu: "em vistas dos méritos de Jesus Cristo, o Redentor do gênero humano, preservada isenta de toda a mancha do pecado original." (Bula Ineffabilis, DS 1641). Podemos dizer que ela foi a primeira pessoa a experimentar a salvação de Jesus, em previsão da própria salvação que Jesus iria realizar.

Ser cheia da graça de Deus é desejar fazer de sua vida uma inteira e completa ação de Deus, é seguir a vontade de Deus em tudo. Isto requer a humildade de unir a própria vontade aos desígnios de Deus. Não se trata de se anular - pelo contrário - trata-se de finalmente ser o que Deus sonhou quando nos fez e, consequentemente, é o caminho para a felicidade e realização enquanto ser humano.

Curiosamente, pensei num termo que seria o contrário para "cheia de graça" e que é bastante utilizado: "cheia de si"!
Uma pessoa cheia de si é aquela justamente que coloca suas vontades acima de tudo e de todos e, certamente, a humildade não é uma das qualidades de uma pessoa assim.

Poderíamos dizer que esta pessoa está preenchida somente de si própria, ou seja, tudo em suas ações está direcionado para si mesmo. Em outras palavras, está fechada aos verdadeiros relacionamentos que pressupõem trocas de experiência e falta o reconhecimento do outro enquanto sujeito, com desejos e anseios também. O centro de sua atenção está nela mesma.

Por isso, achei que "cheia de si" seria um bom "antônimo" para "cheia de graça", pois na primeira expressão, não há espaço para a graça de Deus que é abertura ao outro, traduzida pelo amor. A segunda é, justamente, o esvaziamento de si próprio para que a graça de Deus realize justamente aquilo para o qual fomos feitos: amar.

E o autor da salvação realizou exatamente um "esvaziamento" de si mesmo, pois sendo Deus, não se apegou às prerrogativas divinas, mas se encarnou como humano para realizar no ser humano a salvação, indo até o extremo da morte de cruz (Flp 2,6-8).

Busquemos, portanto, sermos a cada dia menos "cheios de nós" e busquemos a graça de Deus que veio habitar em nós desde nosso Batismo. Que Maria, a cheia de graça, venha em nosso auxílio e continue a interceder por nós.
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domingo, 28 de novembro de 2010

Eucaristia - não "simboliza"; É o Corpo de Cristo!!

Hoje resolvi escrever um pouco sobre este tema que ainda é duvidoso para algumas pessoas. Portanto, em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que utilizarei o termo "Protestantes" para os Cristãos batizados não Católicos porque é o termo que melhor designa a origem destas comunidades. Isto porque "Evangélicos", "Crentes" ou "Cristãos" são atributos também dos Católicos e, portanto, não servem para diferenciar a Igreja Católica das outras Comunidades. Outro termo viável é "nossos irmãos separados", pois sendo batizados são também nossos irmãos em Cristo, mas vou preferir utilizar o primeiro - Protestantes. E não desejo que sintam agressividade no termo. Apenas, como falei, tem a ver com sua origem histórica em Lutero e Calvino com a Reforma Protestante, no século XVI.

Bom, entre os Protestantes existe um pensamento de que na Santa Ceia foi instituído por Jesus somente um efeito simbólico, ou seja, um símbolo de unidade entre os discípulos de Cristo, o qual é celebrado até hoje entre os Protestantes em suas Ceias. Assim, eles não acreditam que, durante a oração Eucarística que ocorre nas Missas Católicas, o Pão e o Vinho realmente tenham sua substância modificada (transubstanciada) no Corpo e Sangue de Cristo. Sendo mais específico, o Cristo vivo e Ressuscitado - Corpo, Sangue, Alma e Divindade.

Para sustentar sua posição, os Protestantes alegam que Jesus fala "Isto é o meu corpo... Isto é o meu sangue..." de forma simbólica, querendo com isso celebrar uma unidade entre si e os seus discípulos que persistiria para sempre, mas o pão e o vinho permaneceriam como antes, ou seja, teriam apenas um valor simbólico que deveria sem relembrado nas futuras celebrações cristãs.

Bom, gostaria de interpor alguns comentários a respeito desta posição:

1- Causa-me espanto que os Protestantes, como defensores de uma interpretação mais fundamentalista ("ao pé da letra") da Bíblia possam, neste momento, defender uma interpretação simbólica. Afinal, estamos falando de: Mt 26, 26-28 ; Mc 14, 22-24 ; Lc 22, 19-20 ; I Cor 11, 23-29. São 4 relatos em que o verbo ser (É) foi utilizado por Jesus para expressar aquele momento, relatados por 4 narrativas de pessoas distintas: Evangelho de Mateus, de Marcos, de Lucas e uma das Cartas de Paulo. Portanto não é uma narrativa isolada. Transcrevo apenas uma, mas podem conferir as demais:
  • Mt 26, 26-28 - "Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: 'Tomai e comei, ISTO É O MEU CORPO'. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu-lho, dizendo: Bebei dele todos, porque ISTO É MEU SANGUE, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados."
Pra mim, não há dúvidas: o Pão consagrado É o Corpo de Jesus Cristo; o Vinho consagrado É o Sangue de Jesus Cristo. Não simboliza: É!

2- Dando mais força a este ponto, explicito o final da narrativa de Paulo em sua carta aos Coríntios:
  • I Cor 11, 27-29 - "Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do corpo e do sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação."
Ora, se quem come e bebe (o pão e o vinho no cálice) indignamente é culpável do corpo e do sangue do Senhor e quem não distingue (ou reconhece, na Bíblia do Peregrino) o Corpo do Senhor é condenado, a associação é plena! É necessário distinguir ou reconhecer o corpo de Cristo no pão e no vinho consagrados - não é mero símbolo!

3- Ouvi certa vez um excelente comentário do Pe. Jonas da Comunidade Canção Nova de que os Protestantes alegam que Paulo fala aqui do corpo místico de Cristo, ou seja, da união simbólica do povo cristão em Cristo. Entretanto, Pe. Jonas chama muito bem a atenção de que Paulo fala aqui de ser culpável do Corpo e do Sangue do Senhor. E existe o Corpo Místico de Cristo, mas não o Sangue Místico de Cristo. Não há esta expressão, que ficaria sem sentido.
4- Pode parecer estranho que João seja o único Evangelista que não narra a ceia nos detalhes que os outros narram. Entretanto, nos dá uma colaboração muito valiosa em outro ponto de sua narrativa: Jo 6, 22-69 - o discurso do Pão da Vida. Cito alguns trechos:
  • Jo 6, 51-59 - "Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo. A essas palavras, os judeus começaram a discutir, dizendo: Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne? Então Jesus lhes disse: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai que me enviou vive, e eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a minha carne viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu. Não como o maná que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão viverá eternamente. Tal foi o ensinamento de Jesus na sinagoga de Cafarnaum."
Mais claro que isto? Os judeus acharam estranho, mas Jesus não voltou atrás em suas palavras!

  • Jo 6, 60.66-69 - "Muitos dos seus discípulos, ouvindo-o, disseram: Isto é muito duro! Quem o pode admitir? Desde então, muitos dos seus discípulos se retiraram e já não andavam com ele. Então Jesus perguntou aos Doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu-lhe Simão Pedro: Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna. E nós cremos e sabemos que tu és o Santo de Deus!"

Ora, até alguns discípulos deixam de seguir Jesus por causa de suas palavras!Mas Jesus não volta atrás! Não tenta explicar que seria um símbolo ou uma comparação para que os discípulos não fossem embora por um simples mal entendido. Ele confirma e ainda pergunta se alguém mais quer ir embora! Pedro, em nome dos Doze, declara continuar, mesmo não tendo ficado clara a idéia da Eucaristia que seria instituída em breve!

5- Para os que são mais céticos e ligados apenas a fatos que se possa "comprovar", Deus ainda vem em auxílio com os diversos milagres eucarísticos já ocorridos na história da Igreja. Entretanto, por falta de espaço, cito aqui apenas um dos mais famosos: o Milagre de Lanciano. Verdadeiramente e visualmente a hóstia se transformou em carne e o vinho em sangue, examinados pela ciência. O link para esta matéria é http://www.zenit.org/article-7470?l=portuguese e boa parte dele está transcrito ao final deste post.

Logo, depois destes pontos, ainda há como contestar a presença real de Cristo na Hóstia (Pão) e no Cálice (Vinho) consagrados? Só porque não dá pra explicar como isto ocorre não é um motivo para negar. Afinal, Jesus não tinha poder sobre seu corpo (Jo 6, 16-21)? E também não tinha poder sobre o pão (Jo 6, 1-15)? Segue a matéria:

Artigo do Zenit:

"O milagre eucarístico de Lanciano segundo o cientista que comprovou sua autenticidade

Fala o doutor Edoardo Linoli

ROMA, quinta-feira, 5 de maio de 2005 (ZENIT.org).- O doutor Edoardo Linoli afirma a Zenit que sustentou em suas mãos um verdadeiro tecido cardíaco quando analisou anos atrás as relíquias do milagre eucarístico de Lanciano (Itália), o mais antigo dos conhecidos.

O fenômeno se remonta ao século VIII. Em Lanciano, na igreja dedicada a São Legonciano, um monge basiliano que celebrava a missa em rito latino, após a consagração, começou a duvidar da presença real de Cristo sob as sagradas espécies.

Nesse momento, o sacerdote viu como a sagrada hóstia se transformava em carne humana e o vinho em sangue, que posteriormente se coagulou. Na catedral estão custodiadas estas relíquias.

Professor de Anatomia e Histologia Patológica, de Química e Microscopia Clínica, e ex-chefe do Laboratório de Anatomia Patológica no Hospital de Arezzo, o doutor Linoli foi o único que analisou as relíquias do milagre de Lanciano. Seus resultados suscitaram um grande interesse no mundo científico.
Em novembro de 1970, por iniciativa do arcebispo de Lanciano, Dom Pacífico Perantoni, e do ministro provincial dos Conventuais de Abruzzo, contando com a autorização de Roma, os Franciscanos de Lanciano decidiram submeter a exame científico as relíquias.
Encomendou-se a tarefa ao professor Linoli, ajudado pelo professor Ruggero Bertelli --da Universidade de Siena--. Com a maior atenção, o professor Linoli extraiu partes das relíquias e submeteu a análise os restos de «carne e sangue milagrosos». Em 4 de março de 1971 apresentou os resultados.
Evidenciam que a carne e o sangue eram com segurança de natureza humana. A carne era inequivocamente tecido cardíaco, e o sangue era verdadeiro e pertencia ao grupo AB.
Consultado por Zenit, o professor Linoli explicou que, «pelo que diz respeito à carne, encontrei-me na mão com o endocárdio. Portanto não há dúvida alguma de que se trata de tecido cardíaco».
Quanto ao sangue, o cientista sublinhou que «o grupo sanguíneo é o mesmo do homem do Santo Sudário de Turim, e é particular porque tem as características de um homem que nasceu e viveu nas zonas do Oriente Médio».
«O grupo sanguíneo AB dos habitantes do lugar de fato tem uma porcentagem que vai de 0,5 a 1%, enquanto que na Palestina e nas regiões do Oriente Médio é de 14-15%», apontou.
A análise do professor Linoli revelou também que não havia na relíquia substâncias conservantes e que o sangue não podia ter sido extraído de um cadáver, porque se haveria alterado rapidamente.
O informe do professor Linoli foi publicado em «Quaderni Sclavo di diagnostica clinica e di laboratório» (1971, fasc 3, Grafiche Meini, Siena).
Em 1973, o conselho superior da Organização Mundial da Saúde (OMS) nomeou uma comissão científica para verificar as conclusões do médico italiano. Os trabalhos se prolongaram 15 meses com um total de quinhentos exames. As conclusões de todas as investigações confirmaram o que havia sido declarado e publicado na Itália.
O extrato dos trabalhos científicos da comissão médica da OMS foi publicado em dezembro de 1976 em Nova York e em Genebra, confirmando a impossibilidade da ciência de dar uma explicação a este fenômeno.
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Camisinha - Algo Mudou para a Igreja? Certamente Não!

Houve muito alarde a respeito de um comentário que o Papa Bento XVI fez para um livro sobre o uso do preservativo. Como respondi a um e-mail sobre minha opinião em relação a isso, resolvi postar também neste meu blog pois sei que muitas coisas se falaram por aí. Esta postagem também está no blog SEMEANDO CATEQUESE.

É sempre bom pesquisar antes em um órgão de notícias da Igreja pois outras fontes (mesmo famosas...) costumam distorcer este tipo de notícia. Recomendo acessar ZENIT.


Então, sobre camisinha, simplesmente a Igreja continua com o ensino tradicional do seu Magistério, embora possa não parecer. A doutrina da Igreja permanece clara: as relações sexuais entre 2 pessoas devem ser vividas somente dentro do casamento. Fora dele, não estão de acordo com o plano de Deus. Ora, dentro do contexto da relação sexual dentro da fidelidade de um casamento, qual a necessidade da camisinha? Nenhuma. Portanto, poderíamos dizer que a Igreja é contra a camisinha no sentido que seu uso se dá nas situações de pecado. Logo, como seu uso estaria ligado a estas situações, um pronunciamento a seu favor de forma genérica (que não é o caso) simplesmente traria a confusão, ou seja, que os comportamentos que a acompanham também seriam legítimos. Assim, a camisinha poderia ser usada como um pretexto para os comportamentos reprováveis, já que daria proteção (que também não é tão alta assim...).

Mas observemos o seguinte: o Papa falou de um caso específico - os garotos de programa ou, por extensão, as prostitutas. Estes já tomaram sua decisão de não seguir os ensinamentos da castidade. Não é o uso ou não da camisinha que os farão parar com seu comportamento.

É como se disséssemos: "Não prossigam neste caminho pois não são esses os planos de Deus a respeito dos seres humanos, da família, etc. Entretanto, se sua decisão é irrevogável, então protejam-se e reduzam as chances de se contaminar ou contaminar os semelhantes usando a camisinha." Entenderam a diferença? Eles já decidiram não agir de acordo com os ensinamentos de Jesus transmitidos pela Igreja, então porque não evitar um mal maior?

Eu faço uma comparação exagerada para perceber a sutileza da questão (como toda comparação, não é totalmente igual - apresenta apenas algum aspecto comum para ajudar a esclarecer): Digamos que uma pessoa muito querida tenha tomado a irrevogável decisão de matar alguém e nada o remova dessa decisão. Suponhamos que não há como impedi-la. Diríamos então para que ela fosse sem colete a prova de balas, já que o uso do colete só é permitido por policiais a serviço da população ou por inocentes sob proteção da justiça? Claro que não! Espero que o exemplo tenha ajudado e não prejudicado.

Causou este rebuliço todo porque creio que nenhum Papa tenha entrado em detalhes como esse até hoje, mas o ensinamento continua o mesmo.

Não é por isso que podemos dizer que governos que distribuem camisinha simplesmente estejam corretos, porque neste caso, há um incentivo às relações sexuais abertas, pressupondo que sejam seguras (seguras???). Não é o caso das prostitutas e garotos de programa que já tem sua decisão tomada, independente de camisinha ou não.

Portanto, pra mim não mudou nada no ensinamento e sua aplicação. Entretanto, é claro que parte da imprensa vai jogar com isso para dizer que a Igreja está revendo seus ensinamentos e tentar generalizar para outros casos.

"Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará" (Jo 8,32) Não nos contentemos com meias verdades!

domingo, 7 de novembro de 2010

Omniciência Divina x Pre-Determinação ou Destino

Está difícil arrumar tempo pra escrever aqui no blog, mas já que consegui, vamos lá...

Já vi em um monte de lugares confusões entre estes dois conceitos - Omniciência (ou Oniciência) e Destino Pré-Determinado - o que muitas vezes acaba levando a conclusões precipitadas. Vou falar de algumas:
1 - Ora, se existe um Deus e Ele é Omniciente (sabe de tudo que já aconteceu, que acontece e que vai acontecer), então tudo já está determinado e, sendo assim, na realidade eu não faço escolhas - eu não tenho liberdade! Como posso ser responsabilizado por meus atos se tudo está determinado por Deus?
2 - Se tudo está determinado por Deus em sua omniciência, porque orar? Porque pedir a Ele que realize determinadas coisas? Não está tudo decidido?
3 - Porque lutar para conseguir algumas coisas? Se tudo está determinado, lutando ou não elas acontecerão!
4 - Se tudo está determinado por Deus devido à sua omniciência, então Ele é sim o criador do bem mas também do mal no mundo e alguém que cria o mal não pode ser totalmente bom - não é um Deus-amor!
5 - A mais radical - não dá para conciliar a existência de um Deus Amor, perfeito e omniciente em relação a um mundo cheio de injustiças como conhecemos. Logo, Deus não existe.

Talvez eu já tenha ouvido falar de outras conclusões precipitadas, mas acho que estas já mostram bem o tamanho do estrago que uma confusão de conceitos pode causar.

Vamos lá! Ter conhecimento de tudo que irá acontecer não é equivalente a determinar tudo que irá acontecer! Por exemplo, cremos que Deus criou o Homem livre para tomar suas próprias decisões. Saber qual decisão o Homem irá tomar não significa determinar essa decisão.

Deus vive na eternidade, na qual o tempo não tem sentido de ser contado. Simplesmente o tempo não existe para Deus - Tudo para ele é presente. Às vezes achamos que quando falamos de eternidade queremos dizer que o tempo continuaria passando mas nós não envelheceríamos mais nem desapareceríamos. Simplesmente o tempo continuaria passando e eu permaneceria vivendo nesse tempo. O conceito de eternidade é outro: é um tempo que não passa mais. Muitas vezes ouvimos a expressão "final dos tempos" e nem prestamos atenção nestas palavras. Realmente trata-se de FINAL dos TEMPOS. Na eternidade tudo é presente - sempre presente - não há tempo para passar.
Como Deus vive na eternidade, todos os tempos pelos quais estamos passando são, para Ele, presente. Assim, Ele sabe o passado, presente e futuro porque ele os "vive simultaneamente". Talvez me faltem termos adequados para definir melhor (afinal, só conhecemos o mundo temporal), mas é mais ou menos isso.

Logo, mais uma vez: saber aquilo que acontecerá não é sinônimo de determiná-lo. Portanto, as escolhas que eu faço ajudam a determinam sim o meu caminhar, interferem em consequências futuras. Embora Deus saiba as decisões que tomarei, eu é que as estou tomando - sou responsável por minhas escolhas. Se eu não lutar por uma vaga na universidade, ela não cairá no meu colo porque estaria determinada. Pelo contrário: ela estaria determinada a acontecer se eu lutei e tudo concorreu para que acontecesse. E estaria determinada a não acontecer se eu não lutasse por ela.

Com isso, não estou esvaziando a ação de Deus no mundo. Pelo contrário, estou apenas dizendo que temos total liberdade em nossos atos porque assim Deus quis. Entretanto, Deus também age no mundo mas sem interferir na nossa liberdade. Desde o início (e isso é narrado no Antigo Testamento) Deus vai se revelando gradativamente a seres humanos que vão "tateando" em meio às maravilhas da natureza e em meio a relações com outros seres humanos. Neste processo, Deus vai gradualmente mostrando sua vontade aos seres humanos até a revelação por excelência em Jesus (Deus e Homem, Deus encarnado como um de nõs) que nos revela o Pai como Ele é, sem possibilidade de erro, pois Jesus também é Deus e Ele, com o Pai no Espírito Santo, são um só Deus na Santíssima Trindade.

Esta revelação é ação de Deus na história e, portanto, Ele também atua em conjunto com as nossas ações; não no sentido de predeterminar o futuro, mas no sentido de convidar o Homem para a melhor forma de realizar este futuro. As ações de Deus no mundo, sob a forma de convites, de chamados, de vocações, da Revelação em si..., tudo isso visa um fim desejado por Deus: "Que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (cf. I Tm 2,3-4). Porém, a decisão do Homem é e será sempre livre. Podemos dizer que Deus "nos predestinou para sermos adotados como filhos seus por Jesus Cristo" (cf, Ef 1,5), mas não conforme o conceito corriqueiro de destino (algo escrito que não posso mudar). Essa "predestinação" é uma orientação, uma vontade de Deus acerca do nosso destino final e Deus sempre tentará conduzir-nos para este fim, mas nunca determinando-o - continuará sendo um convite!

Deus, portanto, não criou os males no mundo. Todo seu plano está orientado para o bem e para a salvação de todos os homens. Entretanto, a liberdade do homem implica em opções, as quais podem ser boas ou más. E isto, desde que surgiu o primeiro ser humano.

Por fim, falemos sobre a eficácia de orar. O caminho é o mesmo: Deus conhece tudo que acontece e que acontecerá, inclusive as orações que ainda faremos! Ele conhece tudo que ocorrerá, mas algumas coisas ocorrerão também influenciadas pelas orações que faremos (e que Ele já sabe que faremos).
Porém, aqui também precisamos conversar sobre o que é oração: Dentro deste contexto, não se trata de forçar a vontade de Deus a atender a nossa vontade. Pelo contrário, o movimento da oração já é uma resposta de nossa fé à um primeiro movimento de Deus - sua Revelação. Está sim nos planos de Deus que orássemos e estivéssemos cada vez mais em sintonia com Ele, mas Ele também não nos forçou a orar - Ele nos convidou! Então, a oração não é uma tentativa nossa de mudar a vontade de Deus, mas sim uma resposta nossa à vontade de Deus para que estivéssemos em Sua presença. E se nossa oração está conforme o plano de Deus, ela é atendida pois esta oração cumpriu seu papel primeiro - nos unir a Deus e à sua vontade.
Mas mesmo quando o objetivo de nossa oração não está direcionado de acordo com a vontade de Deus, se deixarmos Deus agir em nós, a oração trará um outro efeito: o de nos modificar. Unindo-nos com Deus na oração, Ele nos fará perceber gradativamente (as vezes após muitos percalços na vida) que devemos orar em outro objetivo que não aquele anterior. Mais uma vez, foi uma resposta nossa à vontade de Deus para que estivéssemos em sua presença.
Bom, já falei das respostas "Sim" e "Não" às nossas orações. Existe uma terceira possibilidade: "Ainda não". Aqui, a oração nos dá paciência e confiança de que Deus tudo conhece. Além disso, pode ser que Deus queira que façamos algo antes que o objetivo da oração seja atendido. Mais uma vez, acontece um convite de Deus para nossa ação conforme Sua vontade. Eis um outro efeito da oração - a comunicação de Deus conosco.

Portanto, mesmo sabendo que Deus sabe o que acontecerá, precisamos orar pois muitas destas graças estão vinculadas à nossa abertura de estar na presença de Deus.
Por fim, Deus sabe sim todas as coisas que acontecerão, mas essas coisas acontecerão também devido às nossas decisões e ações, as quais Deus já conhece também, mas não as pre-determina - são livres!

Sintamo-nos parceiros de Deus no plano de criação e redenção que Ele preparou para nós!!
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domingo, 31 de outubro de 2010

Misericórdia, Justiça, Amor e Onipotência Divina

Hoje, domingo 31/10/2010, participei da Missa pela manhã e a primeira leitura foi Sb 11,22-12,2. Senti vontade de comentá-la e voltar a escrever aqui no meu blog pois achei que o trecho é fantástico.
Segue o trecho:

Cap.11,

22. Diante de vós o mundo inteiro é como um nada, que faz pender a balança, ou como uma gota de orvalho, que desce de madrugada sobre a terra.
23. Tendes compaixão de todos, porque vós podeis tudo; e para que se arrependam, fechais os olhos aos pecados dos homens.
24. Porque amais tudo que existe, e não odiais nada do que fizestes, porquanto, se o odiásseis, não o teríeis feito de modo algum.
25. Como poderia subsistir qualquer coisa, se não o tivésseis querido, e conservar a existência, se por vós não tivesse sido chamada?
26. Mas poupais todos os seres, porque todos são vossos, ó Senhor, que amais a vida.

Cap.12,

1. Vosso espírito incorruptível está em todos.
2. É por isso que castigais com brandura aqueles que caem, e os advertis mostrando-lhes em que pecam, a fim de que rejeitem sua malícia e creiam em vós, Senhor.

Esta é a tradução da Bíblia Ave Maria. Na tradução da Bíblia do Peregrino, o versículo 22 não usa a palavra "nada" para comparar o mundo, mas sim "um grão de areia". Assim entendemos melhor, pois um "nada" realmente não poderia pender uma balança coisa que um grão de poeira pode fazer, se a balança for sensível. De qualquer forma, a idéia básica é que, comparado a Deus Todo-Poderoso e infinito, o mundo é de fato infinitamente pequeno. Porém ressalto que, mesmo assim, não é como um nada - ele tem valor. E os versículos seguintes mostram o quanto este mundo infinitamente pequeno é totalmente importante para Deus.

Somos pequenos, mas não desprezíveis! O mundo foi criado por Deus e, portanto, Ele ama tudo o que fez. Se Deus odiasse algo, não o teria criado (versículo 24). Como custamos a aceitar muitas vezes isso no nosso dia a dia.

Mas como encaixar aqui o pecado? Se Deus abomina o pecado, porque o teria criado? Aí está a questão que não está clara para muitas pessoas: Deus não criou o pecado. O pecado é fruto da liberdade do Homem (e também dos anjos, explicando também o caso de Lúcifer, mas foquemos no caso do Homem). O que Deus criou foi o Homem livre e nessa liberdade, ele opta pelo Bem Supremo ou pelo Mal.
Portanto, simplesmente exterminar o pecado "magicamente" ou agir de forma a não deixar que o pecado surgisse seria equivalente a tirar a liberdade do Homem. Liberdade e Amor andam inseparáveis. E como Deus é amor, não seria um ato de amor simplesmente cortar a liberdade. Quem ama, deixa livre. Quem ama quer que o amado lhe corresponda ao seu amor livremente, nunca obrigado ou oprimido. E, portanto, amar é deixar espaço para outras opções que não aquelas que se deseja.

Mas isso não significa que Ele simplesmente largou o Homem de mão. Pelo contrário, desde o início, Deus vai se revelando ao Homem gradativamente (vemos isso pela Palavra de Deus no Antigo testamento) e se revela de forma plena em Jesus - Deus conosco - o modelo do Homem chamado a existir desde o início. Jesus é o novo Adão também por isso: Remete à origem do Homem, ao plano original que Deus tem para cada ser humano.

Conforme o versículo 25, tudo que permanece existindo foi chamado por Deus a existir. Já falei várias vezes aqui no blog sobre chamado e vocação. Mas e se não realizamos o chamado? Se "destoamos" do plano original de Deus para o Homem? Aqui age o Deus misericordioso, que ama a criatura: Onipotência e justiça coexistem harmonicamente com misericórdia e amor em Deus. Aliás, a perfeição de cada uma destas 4 características leva a serem plenamente conciliáveis. Há os que não conseguem conceber que um Deus justo possa ser misericordioso, pois estaria relevando as faltas. Não é bem assim. A misericórdia leva em conta a nossa pobreza comparada à grandeza de Deus - somos infinitamente pequenos, lembra? Somos limitados, somos criaturas. Se não fôssemos limitados e falíveis, seríamos iguais a Deus. Até pela filosofia vemos ser incoerente um Deus criar outro Deus. Um deles não seria Deus.

Bom, deixando a filosofia de lado, Deus vem em socorro do nosso limite, permite que sejamos corrigidos durante nossa própria vida. Embora algumas traduções se refiram muitas vezes a este comportamento como castigo (Capítulo 12, versículo 2), seria mais adequado o termo correção ou advertência. E, se pensarmos que o próprio pecado tem consequências pelo ato intrínseco que foi cometido, não podemos dizer que Deus enviou um castigo. Entretanto, por estas consequências permitidas (não causadas) por Ele, podemos vislumbrar a atitude errada e, pela graça de Deus, nos corrigir.

Se pensarmos pelo viés do castigo, qual o castigo que mereceríamos pelo menor pecado que cometêssemos a alguém que é infinito amor? Infinito seria o castigo por questão de mérito. Mas pela misericórdia, Deus age enviando seu Filho encarnado na mesma realidade de nós humanos - Jesus, o Homem por excelência. Nele, esse "justo" castigo é anulado pra aqueles que aderirem a Ele. Somente nele temos a remissão dos pecados e, por misericórdia, por justiça, por onipotência e por amor, somos salvos.

E porque Deus age assim? A resposta está no versículo 26: "Mas poupais todos os seres, porque todos são vossos, ó Senhor, que amais a vida". Ele ama a vida que Ele mesmo criou. Não é vontade d'Ele a perdição dos vivos, mas sim que se convertam e vivam. Quem se perder, tenha certeza que é por vontade própria. O amor de Deus está disposto a salvar até o último suspiro desta vida.

Busquemos a salvação, a realização do chamado de Deus. No dia em que fui concebido no útero de minha mãe, Deus pronunciou meu nome e me chamou a existir. Imagino Deus chamando pelo meu nome: Faça-se o Antônio! E o Antônio foi feito. Pense agora em Deus chamando você à existência! Diga a mesma frase com o seu nome! E quando Ele nos chama, também já nos capacita para aquilo que Ele nos chama.

Eis aqui o segredo: Somos limitados, pois somos criaturas e não deuses. Mas, se participarmos da vida de Deus, se deixamos Seu Espírito agir em nós, apesar do nosso limite, agiremos como Deus quer. É um processo diário, contínuo - eu diria que é a vida, o processo de formação do "eu" que o Senhor queria desde sempre.

Que percebamos essa ação diária de Deus em nós. Deus nos abençoa a cada momento; mais que pedir sua bênção, peçamos a graça de percebê-la e entendê-la em nós para que cresçamos à imagem do Cristo.
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domingo, 10 de outubro de 2010

SOBRE A FRASE “FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO”, COMO FICAM OS NÃO CATÓLICOS?

Esta é uma das dúvidas que foram colocadas na caixinha de dúvidas do Curso de Formação para Catequistas que a Comunidade Filhos da Redenção está promovendo na Paróquia Divino Salvador. Segue o texto original da pergunta:
"Há uma frase de Santo Agostinho na qual ele nos diz que 'FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO'. De que forma as pessoas que não são católicas serão salvas?"
Em poucas palavras: vinculando-se a Ela de alguma forma!
É lógico que não vou soltar simplesmente esta frase e terminar a explicação, da mesma forma que a Igreja Católica usa a frase “Fora da Igreja não há Salvação”, mas também não pára nela. Ela explica o que quer afirmar com ela em seu Catecismo e em alguns de seus outros documentos.
1- Quanto à autoria da frase, embora seja um tema refletido por vários dos Grandes Padres da Igreja (Patrística), dentre eles Santo Agostinho (430), São Justino (165), Santo Irineu (200), etc. [1], a frase foi dita por São Cipriano de Cartago, Bispo Africano do Século III (Epístola 4, 4 e 73,21) [2].
2- Quanto ao significado da frase, é inevitável esclarecer e reafirmar alguns pontos:
“A Igreja é una porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo; e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade.” [3]
Paulo já falava que há um só Senhor, uma só fé, um só batismo (cf. Ef 4, 5-6). Jesus também declara a Pedro “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” e afirma que “tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (cf. Mt 16, 18-19). Vejam que Jesus estabelece sua Igreja (uma só) e a estabelece sob o primado de Pedro, intenção esta confirmada após sua ressurreição na tríplice profissão de amor de Pedro, quando por três vezes lhe diz para apascentar suas ovelhas e cordeiros (cf. Jo 21, 15-17).
Vejamos como continua o Compêndio:
“A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.” [4]
Portanto, a Igreja de Cristo é aquela que está sob o primado de Pedro e, como sua Igreja não termina no tempo, esta continuidade acontece na história através dos seus sucessores legitimamente escolhidos – os Papas – que constituem uma sucessão apostólica que se iniciou em Pedro, o qual foi estabelecido pelo fundador desta Igreja: Jesus. Portanto, estamos falando da Igreja Católica Apostólica Romana.
Uma vez esclarecido este ponto fundamental da existência de uma única Igreja de Cristo, vejamos o que o Compêndio fala sobre a frase que é o ponto de partida da pergunta “Fora da Igreja não há Salvação”:
“Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.” [5]
Portanto, a Igreja de Jesus é o Corpo Místico do qual Cristo é a cabeça e nela se entra pelo Batismo que é único, como já foi frisado antes. Vejamos como o Compêndio encara esta realidade em relação aos cristãos não católicos:
“Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Batismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.” [6]
“Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou estão ordenados à unidade católica do povo de Deus. Estão plenamente incorporados na Igreja católica aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão. Os batizados que não se encontram plenamente nesta unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que imperfeita, com a Igreja Católica.” [7]
Logo, se determinada Igreja ou comunidade eclesial não está unida plenamente com a Igreja Católica Apostólica Romana, mas nela se realiza validamente o batismo, seus fiéis estão incorporados em Cristo por este Sacramento, ou seja, estão em certa comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana. Portanto, a Salvação que vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja que é seu Corpo se refere também a estes.
Por fim, a ligação entre a Igreja Católica e os não cristãos, diz o Compêndio:
“Antes de mais, há o laço comum da origem e fim de todo o gênero humano. A Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o Evangelho e mover em direção à unidade da humanidade na Igreja de Cristo.” [8]
Nesse movimento em direção à unidade na Igreja de Cristo, entendemos que a consumação plena dela se dará quando houver “um só rebanho e um só pastor” (cf. Jo 10, 16). Portanto, todos os salvos no Céu pertencem à Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica de Cristo – A Igreja Triunfante.
Agora, fica mais fácil entender a resposta que dei logo no início sobre de que forma as pessoas que não são católicas serão salvas: vinculando-se a Ela de alguma forma!
Portanto, reafirmo a frase central desta postagem: Fora da Igreja não há Salvação!
Que Igreja? Aquela em que encontramos a legítima sucessão desde Pedro até hoje: A Igreja Católica Apostólica Romana.
Cabe apenas um esclarecimento final: não é apenas a adesão de alguém à Igreja pelo Sacramento do Batismo que garante a sua salvação. Há necessidade de uma vida coerente com o sacramento recebido, pois é Jesus quem afirma que chamar “Senhor, Senhor” não garante a salvação de ninguém se este não fizer a vontade do Pai que está nos céus (cf. Mt 7, 21-23). Jesus é claro: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” (Mc 16, 16)
[1] http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=NOVIDADE1&id=ni10554 – Site Editora Cléofas – Prof. Felipe Aquino
[2] http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2007/documents/hf_ben-xvi_aud_20070606_po.html – Site do Vaticano – Audiência Geral do Papa Bento XVI em 06/06/2007
[3] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 161
[4] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 162
[5] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 171
[6] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 163
[7] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 168
[8] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 170

terça-feira, 25 de maio de 2010

Arte - Instrumento de Evangelização

A arte, como expressão dos mais profundos sentimentos humanos, possui em sua essência a poderosa propriedade de conseguir penetrar os corações humanos, pois torna-se linguagem de coração para coração. E aqui falo sobre as mais variadas expressões de arte: poesia, música, teatro, pintura...

Infelizmente, a arte tem sido muito usada para levar mensagens não muito construtivas ou até mesmo destrutivas. Mas, em si mesma, ela não é moralmente má ou boa - é um instrumento, ou seja, o efeito depende de quem a utilizará.

Sendo expressão dos sentimentos e da inteligência humana, podemos dizer que é também uma capacidade que nos assemelha a Deus, o grande e maravilhoso artista "criador do céu e da terra".

Portanto, creio muito no poder da Evangelização pela arte porque consegue penetrar até os corações mais endurecidos e, como um veículo, leva a mensagem da salvação até este "local" das decisões humanas.

Eu vi esta encenação pela primeira vez na Vigília de Pentecostes da Paróquia Divino Salvador, na qual participo. Achei fantástica!! Não sou muito de me emocionar, mas essa peça realmente me comoveu bastante.

Graças a Magaly do Grupo de Oração da Paróquia que postou este vídeo no Orkut, consegui colocá-lo também aqui no meu Blog. Parece que foi apresentado no EAC (Encontro de Adolescentes com Cristo). Desde já, se alguém do grupo que participou desta empreitada ler esta postagem, receba os meus sinceros parabéns!!

O nome no Youtube é "Lifehouse - Everything (Paróquia Divino Salvador - RJ)" pois "Everything" é o nome da música. Segue o vídeo e, logo após, a letra original da música e a tradução.

VÍDEO DA ENCENAÇÃO



ÁUDIO DA MÚSICA "EVERYTHING"



LETRA E TRADUÇÃO

(fonte - http://letras.terra.com.br/lifehouse/22814/traducao.html)

Everything

Find me here,
And speak to me
I want to feel you
I need to hear you
You are the light
That's leading me to the place
Where I'll find peace... Again

You are the strength
That keeps me walking
You are the hope
That keeps me trusting
You are the life
To my soul
You are my purpose
You're everything

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be
any better than this

You calm the storms
And you give me rest
You hold me in your hands
You won't let me fall
You steal my heart
And you take my breath away
Would you take me in
Take me deeper, now

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be
any better than this

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be
any better than this

Cause you're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
You're everything, everything
You're all I want
You're all I need
Everything, everything

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be
any better than this

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be
any better any better than this

And how can I stand here with you
And not be moved by you
Would you tell me how could it be
any better than this
Would you tell me how could it be
any better than this

Tudo (Everything)

Me encontre aqui,
e fale comigo
Eu quero te sentir
Eu preciso te ouvir
Você é a luz
que está me guiando para o lugar
onde encontrarei paz... novamente

Você é a força
que me faz andar
Você é a esperança
que me faz confiar
Você é a vida
pra minha alma
Você é meu propósito
Você é tudo

E como eu poderia ficar aqui com você
e não me comover com você?
Me diga, como isso poderia ficar
melhor?

Você acalma as tempestades
E você me dá repouso
Você me segura em suas mãos
Você não vai me deixar cair
Você roubou meu coração
E me deixou sem fôlego
Você vai me receber?
Vai me atrair mais ainda?

E como eu poderia ficar aqui com você
e não me comover com você?
Me diga, como isso poderia ficar
melhor?

E como eu poderia ficar aqui com você
e não me comover com você?
Me diga, como isso poderia ficar
melhor?

Pois você é tudo que eu quero
Você é tudo que eu preciso
Você é tudo, tudo
Você é tudo que eu quero
Você é tudo que eu preciso
Você é tudo, tudo
Você é tudo que eu quero
Você é tudo que eu preciso
Você é tudo, tudo
Você é tudo que eu quero
Você é tudo que eu preciso
Você é tudo, tudo

E como eu poderia ficar aqui com você
e não me comover com você?
Me diga, como isso poderia ficar
melhor?

E como eu poderia ficar aqui com você
e não me comover com você?
Me diga, como isso poderia ficar
melhor?

E como eu poderia ficar aqui com você
e não me comover com você?
Me diga, como isso poderia ficar
melhor?
Me diga, como isso poderia ficar
melhor?

terça-feira, 2 de março de 2010

Abandono de Deus ou falsa sabedoria humana?

Recebi esta mensagem encaminhada via e-mail por meu amigo Adilson Pereira, que trabalhou comigo bastante tempo. Acho que ela diz muito sobre o atual estado das coisas... Acredito que muitos já a receberam alguma vez, mas acho providencial voltar ao assunto. Reproduzo aqui o texto e comento algo no final.

<<< . . . Início do texto . . . >>>
Uma pessoa estava sendo entrevistada no Early Show e Jane Clayson perguntou a ela:
'Como é que Deus teria permitido algo horroroso assim acontecer no dia 11 de setembro?'

Anne deu uma resposta profunda e sábia:
'Eu creio que Deus ficou profundamente triste com o que aconteceu, tanto quanto nós. Por muitos anos temos dito para Deus não interferir em nossas escolhas, sair do nosso governo e sair de nossas vidas. Sendo um cavalheiro como Deus é, eu creio que Ele calmamente nos deixou. Como poderemos esperar que Deus nos dê a sua benção e a sua proteção se nós exigimos que Ele não se envolva mais conosco?'

À vista de tantos acontecimentos recentes; ataque dos terroristas, tiroteio nas escolas, etc... Eu creio que tudo começou desde que Madeline Murray O'hare (que foi assassinada), se queixou de que era impróprio se fazer oração nas escolas Americanas como se fazia tradicionalmente, e nós concordamos com a sua opinião.

Depois disso, alguém disse que seria melhor também não ler mais a Bíblia nas escolas... A Bíblia que nos ensina que não devemos matar, roubar e devemos amar o nosso próximo como a nós mesmos. E nós concordamos com esse alguém.

Logo depois o Dr.. Benjamin Spock disse que não deveríamos bater em nossos filhos quando eles se comportassem mal, porque suas personalidades em formação ficariam distorcidas e poderíamos prejudicar sua auto estima (o filho dele se suicidou) e nós dissemos: 'Um perito nesse assunto deve saber o que está falando'. E então concordamos com ele.

Depois alguém disse que os professores e diretores das escolas não deveriam disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal. Então foi decidido que nenhum professor poderia tocar nos alunos...(há diferença entre disciplinar e tocar).

Aí, alguém sugeriu que deveríamos deixar que nossas filhas fizessem aborto, se elas assim o quisessem. E nós aceitamos sem ao menos questionar. Então foi dito que deveríamos dar aos nossos filhos tantas camisinhas, quantas eles quisessem para que eles pudessem se divertir à vontade. E nós dissemos: 'Está bem!'

Então alguém sugeriu que imprimíssemos revistas com fotografias de mulheres nuas, e disséssemos que isto é uma coisa sadia e uma apreciação natural do corpo feminino. Depois uma outra pessoa levou isso um passo mais adiante e publicou fotos de Crianças nuas e foi mais além ainda, colocando-as à disposição da internet. E nós dissemos: 'Está bem, isto é democracia, e eles tem o direito de ter liberdade de se expressar e fazer isso'.

Agora nós estamos nos perguntando porque nossos filhos não têm consciência e porque não sabem distinguir o bem e o mal, o certo e o errado; porque não lhes incomoda matar pessoas estranhas ou seus próprios colegas de classe ou a si próprios...

Provavelmente, se nós analisarmos seriamente, iremos facilmente compreender: nós colhemos só aquilo que semeamos!!!

Uma menina escreveu um bilhetinho para Deus: 'Senhor, porque não salvaste aquela criança na escola?' A resposta dele: 'Querida criança, não me deixam entrar nas escolas!!!'

É triste como as pessoas simplesmente culpam a Deus e não entendem porque o mundo está indo a passos largos para o inferno. É triste como cremos em tudo que os Jornais e a TV dizem, mas duvidamos do que a Bíblia, ou do que a sua religião, que você diz que segue ensina.

É triste como alguém diz: 'Eu creio em Deus'. Mas ainda assim negue a mensagem do Cristo. É engraçado como somos rápidos para julgar mas não queremos ser julgados!

Como podemos enviar centenas de piadas pelo e-mail, e elas se espalham como fogo, mas, quando tentamos enviar algum e-mail falando de Deus, as pessoas têm medo de compartilhar e reenviá-los a outros! É triste ver como o material imoral, obsceno e vulgar corre livremente na internet, mas uma discussão pública a respeito de Deus é suprimida rapidamente na escola e no trabalho.

É triste ver como as pessoas ficam inflamadas a respeito de Cristo no sábado (ou domingo), mas depois se transformam em cristãos invisíveis pelo resto da semana.
<<< . . . Aqui termina a mensagem original apenas com um acréscimo meu em vermelho entre parêntesis para estender a mensagem à várias religiões . . . >>>

Bom, não tenho como checar se houve mesmo esta entrevista nem se os nomes mencionados na mensagem são verdadeiros. Também podemos filtrar alguns exageros e apelos comuns a estes tipos de mensagens.
Mas vamos fazer um exame crítico da situação atual e analisemos: Quais são os valores presentes hoje em grande parte dos jovens (às vezes, das crianças)?

Para muitos, os sentidos de palavras como responsabilidade, obrigações, deveres, fidelidade, compromisso, amor e muitas outras foram esvaziados completamente! Hoje só se fala em curtir, prazer, fazer só o que gosta, relação descartável (usou, joga fora), direitos (sem deveres), sexo (com ou sem amor, com ou sem compromisso, com ou sem responsabilidade)... falsos conceitos de liberdade!!

Como podemos ter crescimento humano (aqui entram moral, civilidade, afetividade, senso do sagrado...) ficando só nisso? A autoridade dos pais se transformou em relação de igual para igual (quando não se inverteu de vez...), a autoridade dos professores totalmente esvaziada por estranhas teorias, a sabedoria dos mais velhos desprezada sob o pretexto de "evolução da modernidade"...

Se não víssemos tantos efeitos negativos destas mudanças de comportamento, tudo bem, poderiam ser progressos. Mas o que vemos é exatamente o contrário. E o pior e mais incrível: exalta-se essas "melhorias e progressos" e, absurdamente, pergunta-se o que se pode fazer para melhorar este mundo que está muito violento, que tem muitas crianças abandonadas, etc...

Está muito claro o que se tem que fazer, mas estamos todos dispostos a voltar no tempo em algumas coisas? Todo crescimento e toda melhoria tem seu preço, seu sacrifício, mas estamos dispostos a isso?

Lembro por fim que as grandes civilizações e impérios da humanidade (cito Roma como exemplo) começaram a ruir quando seus costumes começaram a se impregnar de imoralidades e falsidades. Castigo de Deus? Ora, neste caso, o Homem (gênero humano) colhe o que planta.
Mas agora, tudo está muito globalizado. Se o império global (não mais apenas um povo) continuar decaindo moralmente, pensemos nas conseqüências de sua ruína!! Deus nos encorage a mudar antes disso!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

A Beleza da Matemática!!

Bom, eu sempre fui um dos malucos apaixonados por Matemática. Desde o meu antigo Primário (hoje Ensino Fundamental-1º Segmento) o fato de que você podia resolver os problemas de várias formas e chegar exatamente ao mesmo resultado me fascinava!

A partir daí, eu sempre encarei os problemas ou as questões de matemática como desafios, quebra-cabeças, etc. Outra coisa que me animava era ver (mais tarde)  que usando a Matemática na Física (por exemplo) você conseguia prever o resultado de uma situação (hipotética ou real). Isso me influenciou também na escolha de minha carreira "base" - a Engenharia. Tive professores muito bons graças a Deus e a eles serei eternamente grato!

Recebi uma apresentação de meu amigo Ewaldo que fez Engenharia comigo há ... bom, deixa prá lá quantos anos fazem... Ele me enviou e, como eram poucos slides, preferi postar aqui na forma das figuras que seguem. Os primeiros mostram algumas coisas fascinantes da Matemática.

Os demais unem, na minha opinião, Matemática, Poesia e Religião. Uns poderiam dizer que é uma forçação de barra com as palavras para chegar ao que se queria afirmar. OK, não vou contrariar a estes, mas pra mim isto soa também como poesia. Afinal, se um poeta pode usar de recursos da linguística, trocadilhos e linguagens abstratas para exprimir o que deseja afirmar, porque não com a linguagem matemática???

Mesmo porque não se trata de tantar provar nada. Apenas de mostrar poeticamente um pensamento.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Arsenal de Infantilidades - Pe. Fábio de Melo

Esta pregação do Padre Fábio de Melo faz uma ligação interessante entre Gl 4,1-7 e o trabalho de Jean Piaget. É justamente a minha forma de pensar quanto ao crescimento humano, amadurecimento e construção da sua liberdade.

Não é questão de limitar a salvação ou redenção humana a um processo apenas de crescimento intelectual, moral e psíquico. Definitivamente não!!!

Mas sinceramente creio que a salvação operada por Jesus (sem a qual, não teríamos sido redimidos) necessita da nossa cooperação, do nosso "tomar posse" e isso, certamente, passa pelo amadurecimento humano, pelo trabalho de construção da liberdade. Cito aqui Santo Agostinho: "Deus, que te criou sem ti, não te salvará sem ti" (Sermo CLXIX,13).

Reserve um tempinho para assistir esta pregação. Acho que vale muito a pena! A pregação é bem humorada, não é cansativa.

Mágica, Truques, Ilusão

Não é que eu goste muito de Carnaval. Tenho que admitir que para mim significa um "fim de semana prolongado" quando poderei fazer outra coisa que não trabalhar.
E, antes que alguém ache que sou contra o Carnaval em si, quero deixar claro que não. A festa em si, como expressão cultural, como diversão sadia (atenção, eu disse sadia!!!) ou como momento de confraternização nada tem de errado para mim. Entretanto, para muitos, o Carnaval acabou se tornando uma "desculpa" para se cometer todo tipo de excessos, de indecências, de sexo desregrado, de brigas, etc. Neste caso, o mau uso de algo que em si não é nem bom nem mau é que traz más consequências.

Mas o fato de eu não gostar muito de Carnaval é porque não sou realmente muito fã de desfiles e essas coisas. Agora, tenho que admitir que o espetáculo apresentado pela Unidos da Tijuca em sua Comissão de Frente foi fantástico. Para quem não viu ainda, tem uma amostra que peguei no youtube a seguir:


Fantástico, não?? As mágicas de troca de roupa em plena avenida que eles fizeram foram muito legais... Com a ajuda de recursos como "pause", "slow motion", etc. fica mais fácil desvendar estes truques, mas para quem estava nas arquibancadas, a ilusão foi certamente perfeita.

Certa vez eu vi na TV Canção Nova um rapaz que apresentava truques de mágica no seu trabalho de evangelização. E sua argumentação ia na seguinte linha: Se nossos olhos podem ser facilmente enganados por simples truques (e porque não os nossos outros sentidos), porque deveríamos acreditar apenas no que temos acesso através de nossos sentidos? Porque negar a realidade espiritual? Porque duvidar da ação de Deus no mundo, na história, em nossas vidas??? Realmente não é porque não vejo algo que esse algo (ou alguém) não existe...

Também, não posso acreditar simplesmente em tudo que dizem ou falam pois nem sempre as coisas são o que parecem. Não é para passar a desconfiar de tudo e de todos, mas não sejamos guiados apenas por nossos sentidos ou instintos. Temos um presente de Deus: a Razão. Com a razão, devidamente acompanhada da fé (outro presente) e em equilíbrio com esta, passamos a ter a possibilidade de errar menos, podemos crescer - "A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade." (Encíclica Fides et Ratio - João Paulo II).

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Nossa Essência, Nossa Vocação

No último dia 11 de fevereiro comemoramos Nossa Senhora de Lourdes. É a mesma Santa Maria, mãe de Jesus e nossa mãe. A denominação se deve a uma aparição a Bernadette Soubirous em Lourdes (França) em fevereiro de 1858. A história é muito bonita e interessante, mas para o tema que gostaria de tratar, conto aqui apenas um trecho:

Quando Bernadette foi, a pedido da Bela Senhora que lhe aparecera, pedir ao padre responsável por Lourdes a construção de uma Igreja, este disse que não atendia a pedidos de estranhos e que Bernadette perguntasse à "aparição" qual o seu nome. Bernadette foi e, ao retornar, lhe disse que a Bela Senhora se identificou da seguinte forma: "Je suis l’Immaculée Conception" - Eu sou a Imaculada Conceição. Ora, este dogma havia sido definido pela Igreja durante o pontificado de Pio IX em 08/12/1854 (pouco mais de 3 anos antes - muito recente). Também, Bernadette era uma jovem camponesa que, quando perguntada, não soube nem dizer o que este "nome" significava. Este fato e milagres operados durante as aparições levaram a Igreja a estudar tudo o que cercou estes fatos e a aceitar estas aparições oficialmente.

Bom, antes de mais nada é válido esclarecer 2 pontos:

1 - Não cremos que os milagres foram realizados por Nossa Senhora, mas sim que Jesus os realizou por intercessão de Maria e para que servissem de sinais que pudessem auxiliar a atestar a veracidade das aparições.

2 - Ao declarar que Maria foi concebida sem pecado original (por isso Imaculada Concepção ou Conceição), isto não a coloca no centro das atenções, mas é uma declaração Cristocêntrica, ou seja, a Igreja declara que isto aconteceu "em previsão dos méritos de Cristo" e por que ela foi escolhida nos eternos desígnios de Deus para a missão de ser a mãe do Deus Filho feito Homem para a nossa Redenção. Portanto, tudo isso é graça de Deus.

Esclarecidos estes pontos, entro no assunto objeto desta postagem: Nossa essência, nossa vocação.
É um tema ligado diretamente a outro que já escrevi ("Sou Chamado pelo Nome") mas achei a oportunidade ótima para voltar ao tema.

Quando Bernadette pergunta à Bela Senhora o seu Nome, poderíamos pensar que a resposta imediata seria "Maria". Em vez disso, ela respondeu com algo que define sua essência, sua missão: Imaculada Conceição. É interessante que a Bíblia é recheada de momentos onde o nome também é muito mais do que uma forma de chamar alguém. Ele definia a essência, a missão. Vejamos:

- No momento da sarça ardente, quando Deus se manifesta a Moisés, este lhe pergunta qual é o Seu nome. Resposta: "Eu sou aquele que sou" (Que corresponde ao tetragrama sagrado YHWH, traduzido como Javé) - Ex 3,13-15. Deus é Aquele que é. Enquanto todas as criaturas são (ou existem) porque Deus lhes concedeu a existência, ou seja, não existem desde a eternidade por si mesmos, Deus é desde sempre e O será para sempre. Só Ele é, sem dever seu ser a nada ou ninguém mais.

- Jesus, o nome revelado pelo anjo a José (Mt 1,20-21) e a Maria (Lc 1,31) para o filho de Deus significa "O Senhor Salva" (já vi traduzido como Javé Salva). O anjo mesmo explica a José que a razão do nome é que "ele salvará o seu povo de seus pecados." Seu nome, sua missão e sua essência são uma só coisa.

Muito mal comparando, o ser humano também faz o mesmo quando dá nome a algumas coisas:

- Bicicleta - dois "ciclos", ou duas rodas.
- Automóvel - se movimenta (móvel) por si só. A fonte de energia que o faz andar está nele mesmo, não tira energia de outro lugar (auto).
- Amplificador - Amplifica, aumenta por exemplo o som captado por um microfone, jogando-o numa caixa de som.

Bom, não quer dizer que o nome que recebemos no nosso Batismo já quer dizer nossa missão, ou nossa vocação. Mas quero dizer que, no momento em que Deus sonhou conosco e nos criou, tinha para cada um em especial uma razão de ser, uma vocação, um lugar no Seu plano de amor e salvação. E este lugar particular é de cada um, como em cada "faça-se" da passagem sobre a criação...

E qual é este "lugar particular"? Ora, pergunte para Ele. Ore, peça a Deus que oriente seus pensamentos, perceba em si os dons que Ele lhe deu. Aproxime-se mais de Deus por sua Palavra, por sua Igreja. E digo mais: muitas vezes quem acaba nos revelando o nosso "lugar particular" é a própria comunidade. Afinal, o nosso lugar na comunidade é uma parcela deste "lugar particular". Estar no "nosso lugar", realizar nossa essência e nossa vocação é a realização máxima do ser humano. Eis a felicidade do ser humano que, é claro, só será plena na vida eterna pois lá poderemos realizar o chamado fundamental - o amor - também de forma plena em Deus que é a plenitude do Amor:

"Fizeste-nos para ti, e inquieto está nosso coração, enquanto não repousa em ti. (Santo Agostinho em Confissões I,1)

"Caríssimos, desde agora somos filhos de Deus, mas não se manifestou ainda o que havemos de ser. Sabemos que, quando isto se manifestar, seremos semelhantes a Deus, porquanto o veremos como ele é. (I Jo 3,2)

Mas enquanto caminhamos aqui na Terra, já busquemos realizar nossa felicidade conforme os planos de Deus, em Seu amor. Saiba que não existe louvor maior a Deus do que executar seus desígnios e sermos verdadeiramente felizes!

Um abraço e que cada um encontre seu chamado, o sonho de Deus para cada um!