BUSQUE O ALTO!
ANJO BARRO
ANTÔNIO JO BARBOSA RODRIGUES
Eu tirei esta foto no estacionamento do Barra Shopping. Não me perguntem como esta árvore cresceu torta assim. Na época, achei curiosa e resolvi registrar. Agora, coloquei-a como "símbolo" neste blog pelo que ela representa para mim.
Provavelmente, esta árvore passou por dificuldades para crescer neste "caminho torto", mas ela sobreviveu e continua a buscar sempre o alto. Vejo que somos assim também: Nem sempre conseguimos andar pelo caminho reto rumo ao alto, pois somos seres humanos, cheios de incoerências e limites, mas Deus vê a nossa luta em chegar ao alto. Isto é a santidade: não desistir de chegar ao céu. Neste caminho, às vezes caímos, trilhamos caminhos "tortos", mas se nos levantamos e não desistimos de alinhar de novo, estamos rumo ao alto.
Este site tem como objetivo crescermos juntos e, sem suas opiniões e comentários, isto não será possível! Portanto, leia os tópicos, participe comentando!

Nosso trato neste "blog de crescimento" é o seguinte: Me reservo apenas no direito de apagar os comentários que eu considerar ofensivos, contrários à lei e/ou que usarem expressões ou palavras de baixo calão. Trato feito, vamos em frente... ou melhor, para o alto!!!

domingo, 10 de outubro de 2010

SOBRE A FRASE “FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO”, COMO FICAM OS NÃO CATÓLICOS?

Esta é uma das dúvidas que foram colocadas na caixinha de dúvidas do Curso de Formação para Catequistas que a Comunidade Filhos da Redenção está promovendo na Paróquia Divino Salvador. Segue o texto original da pergunta:
"Há uma frase de Santo Agostinho na qual ele nos diz que 'FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO'. De que forma as pessoas que não são católicas serão salvas?"
Em poucas palavras: vinculando-se a Ela de alguma forma!
É lógico que não vou soltar simplesmente esta frase e terminar a explicação, da mesma forma que a Igreja Católica usa a frase “Fora da Igreja não há Salvação”, mas também não pára nela. Ela explica o que quer afirmar com ela em seu Catecismo e em alguns de seus outros documentos.
1- Quanto à autoria da frase, embora seja um tema refletido por vários dos Grandes Padres da Igreja (Patrística), dentre eles Santo Agostinho (430), São Justino (165), Santo Irineu (200), etc. [1], a frase foi dita por São Cipriano de Cartago, Bispo Africano do Século III (Epístola 4, 4 e 73,21) [2].
2- Quanto ao significado da frase, é inevitável esclarecer e reafirmar alguns pontos:
“A Igreja é una porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo; e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos os fiéis na comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança e a mesma caridade.” [3]
Paulo já falava que há um só Senhor, uma só fé, um só batismo (cf. Ef 4, 5-6). Jesus também declara a Pedro “sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” e afirma que “tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” (cf. Mt 16, 18-19). Vejam que Jesus estabelece sua Igreja (uma só) e a estabelece sob o primado de Pedro, intenção esta confirmada após sua ressurreição na tríplice profissão de amor de Pedro, quando por três vezes lhe diz para apascentar suas ovelhas e cordeiros (cf. Jo 21, 15-17).
Vejamos como continua o Compêndio:
“A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro.” [4]
Portanto, a Igreja de Cristo é aquela que está sob o primado de Pedro e, como sua Igreja não termina no tempo, esta continuidade acontece na história através dos seus sucessores legitimamente escolhidos – os Papas – que constituem uma sucessão apostólica que se iniciou em Pedro, o qual foi estabelecido pelo fundador desta Igreja: Jesus. Portanto, estamos falando da Igreja Católica Apostólica Romana.
Uma vez esclarecido este ponto fundamental da existência de uma única Igreja de Cristo, vejamos o que o Compêndio fala sobre a frase que é o ponto de partida da pergunta “Fora da Igreja não há Salvação”:
“Significa que toda a salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita.” [5]
Portanto, a Igreja de Jesus é o Corpo Místico do qual Cristo é a cabeça e nela se entra pelo Batismo que é único, como já foi frisado antes. Vejamos como o Compêndio encara esta realidade em relação aos cristãos não católicos:
“Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se desligaram da plena comunhão da Igreja católica, encontram-se muitos elementos de santificação e de verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo Batismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos.” [6]
“Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou estão ordenados à unidade católica do povo de Deus. Estão plenamente incorporados na Igreja católica aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão. Os batizados que não se encontram plenamente nesta unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que imperfeita, com a Igreja Católica.” [7]
Logo, se determinada Igreja ou comunidade eclesial não está unida plenamente com a Igreja Católica Apostólica Romana, mas nela se realiza validamente o batismo, seus fiéis estão incorporados em Cristo por este Sacramento, ou seja, estão em certa comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana. Portanto, a Salvação que vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja que é seu Corpo se refere também a estes.
Por fim, a ligação entre a Igreja Católica e os não cristãos, diz o Compêndio:
“Antes de mais, há o laço comum da origem e fim de todo o gênero humano. A Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o Evangelho e mover em direção à unidade da humanidade na Igreja de Cristo.” [8]
Nesse movimento em direção à unidade na Igreja de Cristo, entendemos que a consumação plena dela se dará quando houver “um só rebanho e um só pastor” (cf. Jo 10, 16). Portanto, todos os salvos no Céu pertencem à Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica de Cristo – A Igreja Triunfante.
Agora, fica mais fácil entender a resposta que dei logo no início sobre de que forma as pessoas que não são católicas serão salvas: vinculando-se a Ela de alguma forma!
Portanto, reafirmo a frase central desta postagem: Fora da Igreja não há Salvação!
Que Igreja? Aquela em que encontramos a legítima sucessão desde Pedro até hoje: A Igreja Católica Apostólica Romana.
Cabe apenas um esclarecimento final: não é apenas a adesão de alguém à Igreja pelo Sacramento do Batismo que garante a sua salvação. Há necessidade de uma vida coerente com o sacramento recebido, pois é Jesus quem afirma que chamar “Senhor, Senhor” não garante a salvação de ninguém se este não fizer a vontade do Pai que está nos céus (cf. Mt 7, 21-23). Jesus é claro: “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado.” (Mc 16, 16)
[1] http://www.cleofas.com.br/virtual/texto.php?doc=NOVIDADE1&id=ni10554 – Site Editora Cléofas – Prof. Felipe Aquino
[2] http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/audiences/2007/documents/hf_ben-xvi_aud_20070606_po.html – Site do Vaticano – Audiência Geral do Papa Bento XVI em 06/06/2007
[3] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 161
[4] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 162
[5] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 171
[6] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 163
[7] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 168
[8] Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, número 170

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